Do Micro Ao Macro
Setor de beleza dispara no Brasil, mas falsos fornecedores prejudicam empreendedores
Setor cresce acima de 12% em vendas e mantém o país na terceira posição global, mas pequenos revendedores enfrentam golpes online


O Brasil manteve ritmo forte de crescimento no mercado de cosméticos em 2024. Segundo a NielsenIQ, as vendas subiram 12,7%, com destaque para o e-commerce e para o modelo porta a porta. Projeções da Technavio indicam que o setor deve avançar em mais USD 5,5 bilhões entre 2025 e 2029, a uma taxa anual de 7,2%.
Os números colocam o país como o terceiro maior mercado global de cosméticos, atrás apenas de Estados Unidos e China, de acordo com a Euromonitor. A categoria de maquiagem deve puxar a expansão, com previsão de crescimento próximo a 8% ao ano até 2030.
Riscos digitais
O crescimento trouxe também desafios. A plataforma SOS Golpe registrou que 45,1% das denúncias feitas entre janeiro e maio de 2025 estavam ligadas a fraudes em compras online. As chamadas “lojas fake” oferecem preços muito abaixo do mercado, exigem pagamento via PIX e não entregam os produtos. Pequenos empreendedores, que muitas vezes investem a própria poupança, estão entre os mais afetados.
Visão de especialistas
Kelly Nogueira, fundadora da Empreender Make e distribuidora oficial da rede Espaço Make, alerta para a necessidade de cautela. “Infelizmente, vemos muitas pessoas sendo enganadas por falsos fornecedores na internet. Muitos lojistas investem suas economias e ficam sem mercadoria e sem retorno. Quem está começando precisa de confiança e suporte para crescer, não de riscos e decepções”, afirma.
Ela recomenda cuidados antes de fechar negócio com distribuidores de cosméticos, como:
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desconfiar de preços muito abaixo da média;
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verificar o endereço eletrônico do site e possíveis extensões suspeitas;
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pesquisar a reputação da empresa em plataformas como Reclame Aqui e Google;
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evitar pagamentos em redes Wi-Fi públicas ou por canais não oficiais.
Fornecedores confiáveis
Além da segurança nas transações, fornecedores consolidados oferecem vantagens como acesso a lançamentos, reposição rápida e portfólio alinhado às tendências do mercado de beleza. Esses fatores aumentam a competitividade de lojistas e revendedores que atuam em um setor em expansão.
“O empreendedorismo na beleza pode ser altamente rentável, mas exige planejamento. A diferença entre crescer e ter prejuízo está, muitas vezes, na escolha do parceiro certo”, conclui Kelly.
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