Do Micro Ao Macro
Sete dimensões para promover um ambiente de trabalho saudável
Especialista destaca áreas que empresas podem desenvolver para equilibrar bem-estar físico, emocional e cultural dos trabalhadores


Uma pesquisa realizada pela Wellhub mostra que 93% dos trabalhadores consideram o bem-estar tão relevante quanto o salário.
Além disso, 87% dos entrevistados afirmaram que deixariam uma empresa que não prioriza o bem-estar.
Esses dados indicam a importância de empresas adotarem medidas que contemplem diferentes dimensões de cuidado com os trabalhadores.
Segundo Carine Roos, CEO da Newa, uma consultoria voltada para impacto social, o bem-estar está diretamente ligado ao equilíbrio entre várias áreas da vida.
“Essas áreas impactam tanto a vida pessoal quanto profissional, e quando uma delas é negligenciada, a saúde geral pode ser comprometida”, comenta Roos.
Ela observa que, mesmo sem estarmos bem em todas as dimensões ao mesmo tempo, é importante que cada uma seja respeitada.
Bem-estar físico
O bem-estar físico abrange sono, alimentação e atividade física. “Praticar exercícios regularmente é importante, mas deve estar associado a uma alimentação equilibrada e descanso adequado,” compartilha Carine Roos.
As empresas podem promover iniciativas como ginástica laboral, atividades esportivas em grupo, vale-academia, acompanhamento nutricional, melhorias na ergonomia e programas de auxílio para parar de fumar.
Bem-estar emocional
O bem-estar emocional foca na capacidade de administrar emoções de maneira saudável.
Ele ajuda as pessoas a lidarem com desafios, evitando problemas como burnout, ansiedade e depressão.
De acordo com a ISMA-BR, 72% dos brasileiros relatam estresse no trabalho e 32% enfrentam a síndrome de burnout.
Bem-estar financeiro
O bem-estar financeiro envolve a satisfação com a própria situação econômica, incluindo a capacidade de gerenciar e aumentar recursos de forma eficaz. Roos sugere: “Investir em educação financeira pode ajudar bastante, principalmente para grupos mais vulneráveis.”
Segundo pesquisa da fintech Onze com a seguradora Icatu, sete a cada dez brasileiros dizem que as dificuldades financeiras afetam sua saúde emocional.
Além disso, 59% dos entrevistados não têm uma reserva de emergência, e 54% relatam preocupação constante com dinheiro, acima de temas como família e saúde.
Bem-estar ocupacional
Essa dimensão está relacionada à satisfação no trabalho e ao entusiasmo pela carreira. Envolve a realização profissional e a satisfação com o salário, os benefícios e os valores da empresa.
Roos destaca que “mesmo sem o emprego dos sonhos, é possível valorizar o que realmente importa.”
Empresas podem realizar avaliações frequentes do clima organizacional e propor ações que atendam as necessidades dos funcionários.
Bem-estar social
O bem-estar social é marcado pelas relações interpessoais e pelo sentimento de pertencimento a um grupo.
“Contar com apoio de amigos, familiares ou colegas de trabalho é parte do bem-estar social,” sugere Roos.
Para isso, as empresas podem promover atividades de team building, principalmente em ambientes de trabalho remoto ou híbrido, fortalecendo as conexões entre equipes.
Bem-estar cultural
O bem-estar cultural valoriza as diferenças e abrange aspectos como religião, raça, idade e identidade de gênero.
Segundo Roos, “treinamentos sobre diversidade demonstram o comprometimento das empresas com a inclusão.” Empresas que promovem a diversidade frequentemente observam melhores índices de engajamento.
A Learning Rocks mostra que o tema diversidade está entre os três tópicos mais buscados pelos líderes das empresas, com altos índices de satisfação.
Bem-estar criativo
O bem-estar criativo é a capacidade de usar a criatividade para resolver problemas e inovar.
“Organizações que incentivam a criatividade, em um ambiente seguro e saudável, permitem que as pessoas se sintam mais à vontade para explorar ideias,” conclui Roos.
Dessa forma, os trabalhadores podem expor suas ideias e colaborar na criação de soluções inovadoras.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.