Do Micro Ao Macro
Quem é mais feliz, o homem ou a mulher?
Pesquisa aponta diferenças na saúde mental e no impacto do bem-estar na vida cotidiana


A percepção sobre felicidade varia de pessoa para pessoa. No entanto, estudos indicam diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito ao bem-estar psicológico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres apresentam maior propensão a transtornos como ansiedade e depressão. Além disso, um levantamento do programa BeHappier identificou que elas registram 19% a mais de emoções negativas em comparação aos homens.
Felicidade e resiliência emocional
Mesmo diante desses desafios, estudos sugerem que pessoas felizes lidam melhor com o estresse e têm mais resiliência.
A pesquisa publicada no Journal of Happiness Studies indica que a felicidade contribui para a redução de doenças mentais e melhora a qualidade do sono.
No caso das mulheres, o bem-estar se torna um fator importante na administração das diversas funções que assumem, como profissionais, mães, parceiras e cuidadoras.
Impacto na saúde física
O efeito da felicidade se estende à saúde física.
Mulheres felizes apresentam sistemas imunológicos mais eficientes e menor incidência de doenças crônicas.
A American Psychological Association destaca que o bem-estar está relacionado à redução dos níveis de cortisol, hormônio do estresse, ajudando a prevenir doenças cardiovasculares e câncer de mama.
Um estudo da Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, analisou mais de 100 mil mulheres. Os resultados mostraram que aquelas com visão mais otimista tinham menor risco de desenvolver câncer de mama.
Além disso, a felicidade incentiva hábitos saudáveis.
Mulheres que experimentam emoções positivas com mais frequência tendem a praticar atividades físicas, manter uma alimentação equilibrada e cuidar melhor do bem-estar emocional.
Felicidade no trabalho e nos relacionamentos
No ambiente profissional, a satisfação está associada a maior produtividade e criatividade.
O estudo Positive Psychology in the Workplace aponta que mulheres felizes se dedicam mais ao trabalho e são mais engajadas. Esse fator impacta diretamente nos resultados das empresas.
Nas relações pessoais, a felicidade influencia a qualidade da interação com amigos, familiares e parceiros.
Mulheres felizes costumam demonstrar mais empatia, comunicam-se de forma eficaz e lidam melhor com conflitos. Como resultado, criam um ambiente emocional mais positivo.
Três estratégias para aumentar a felicidade
Especialistas em psicologia positiva destacam algumas práticas que podem contribuir para a melhoria do bem-estar:
-
Praticar a gratidão: Pesquisas lideradas por Robert Emmons indicam que manter um diário de gratidão ajuda a aumentar os níveis de felicidade.
Reservar um momento do dia para reconhecer experiências positivas pode gerar mudanças na percepção do bem-estar.
-
Cultivar o otimismo realista: O psicólogo Martin Seligman propõe que o otimismo realista ajuda a enfrentar desafios sem perder a percepção crítica da realidade.
Mulheres que adotam essa abordagem tendem a tomar decisões mais assertivas e gerenciar melhor o estresse.
-
Investir em relações sociais positivas: Estudos apontam que a qualidade das relações sociais está entre os principais indicadores de felicidade.
Laços familiares e amizades sólidas proporcionam um senso de pertencimento e apoio emocional.
A relação entre felicidade, saúde e produtividade reforça a importância de valorizar o bem-estar no dia a dia.
A busca por uma vida mais equilibrada pode trazer benefícios tanto individuais quanto para a sociedade como um todo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.