Do Micro Ao Macro
Projeto busca aumentar a participação de mulheres na cibersegurança
Iniciativa foca em ampliar a representatividade feminina no setor de segurança digital, promovendo oportunidades desde a educação básica
O mercado de segurança cibernética, impulsionado pelo crescimento do volume de dados gerados por dispositivos digitais, enfrenta uma grande demanda por profissionais.
Nos últimos dois anos, 90% dos dados atuais foram criados, com origem em tecnologias como câmeras de vigilância, sensores, redes sociais e outras fontes digitais.
No entanto, apesar da alta empregabilidade no setor, as mulheres ocupam apenas 25% dos postos de trabalho em cibersegurança.
Iniciativa busca mudar o cenário da tecnologia
Para reverter esse cenário, a cientista da computação Michele Nogueira, doutora pela Universidade de Sorbonne e professora da UFMG, lidera o Projeto METIS, voltado para incentivar a entrada de mulheres na área de segurança cibernética.
O projeto tem como foco conscientizar meninas sobre o potencial da carreira, oferecendo capacitação e mentorias desde o ensino fundamental até o superior.
Além disso, a iniciativa promove inclusão social e busca influenciar políticas públicas para garantir maior diversidade no setor.
“Métis é a Deusa grega da proteção. As mulheres têm preocupação intrínseca com proteção, por isso, trazem perspectivas diferenciadas e necessárias para construção de soluções de cibersegurança”, disse a cientista da computação.
Superando desafios de representatividade em STEM
Nogueira compartilha as dificuldades enfrentadas por mulheres em áreas de ciência e tecnologia, onde são frequentemente minoria em reuniões e equipes.
Ela destaca a importância de criar um ambiente onde mulheres possam se posicionar sem se sentirem diminuídas.
O projeto também atua para combater comportamentos culturais que desvalorizam a participação feminina.
Referência inspira jovens no Projeto Mind the Gap
Michele foi convidada a apresentar o Projeto METIS no programa Mind the Gap, promovido pelo Google em Belo Horizonte.
A iniciativa global incentiva meninas a explorarem carreiras em computação e engenharia. Para Michele, a inspiração vem de figuras históricas como Marie Curie, que superou barreiras e preconceitos para alcançar reconhecimento em ciências.
Ela espera que essas referências motivem jovens a seguir na área, reforçando a mensagem de que os desafios devem ser compreendidos e não temidos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.