Produção de motos bate 1 milhão no semestre e projeta novo recorde em 2025

A produção de motocicletas no Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades nos seis primeiros meses de 2025. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), foram produzidas 1.000.749 unidades no período, o que representa um crescimento de 15,3% na comparação com o primeiro semestre de 2024.

Esse foi o melhor resultado para um primeiro semestre nos últimos 14 anos e o terceiro maior volume já registrado pela indústria de duas rodas instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM).

Ritmo de produção se mantém acelerado

Somente em junho, as fabricantes produziram 154.113 motocicletas. O número representa aumento de 45% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No entanto, houve queda de 10,7% frente ao mês de maio, quando a produção havia somado 172.493 unidades.

O presidente da Abraciclo, Marcos Bento, atribui o desempenho ao ritmo intenso de operação das montadoras. “O setor segue operando em plena capacidade para atender à demanda consistente do mercado, tanto para uso como meio de transporte, quanto como ferramenta de trabalho para milhões de brasileiros”, afirmou. Bento acrescentou que a expectativa permanece positiva para o segundo semestre, mas que o cenário macroeconômico, com juros altos e inflação, exige atenção do setor.

A previsão da entidade é que a produção total de motocicletas em 2025 alcance 1.880.000 unidades, o que corresponde a uma alta de 7,5% em relação ao ano anterior.

Modelos de rua lideram a produção

As motocicletas da categoria Street seguem na liderança da produção. Entre janeiro e junho, foram fabricadas 509.995 unidades desse tipo, o que equivale a 51% do total produzido no semestre. Em segundo lugar aparece a categoria Trail, com 211.660 unidades (21,2%), seguida pelas Motonetas, com 136.600 unidades (13,6%).

No recorte de junho, os modelos Street representaram 50,8% da produção, com 78.252 unidades. A Trail respondeu por 21,7% (33.489 unidades) e a Motoneta por 13,9% (21.400 unidades). O volume de Scooters foi de 12.654 unidades (8,2%), enquanto os modelos Naked, Off-Road, Big Trail, Sport, Custom e Touring somaram percentuais menores.

Na análise por cilindrada, as motocicletas de baixa cilindrada dominaram a produção de junho, com 121.836 unidades e participação de 79,1%. As de média cilindrada somaram 28.540 unidades (18,5%) e as de alta cilindrada, 3.737 unidades (2,4%).

Vendas no varejo batem recorde

As vendas no varejo também apresentaram forte desempenho. De janeiro a junho, foram emplacadas 1.029.546 motocicletas, um avanço de 10,3% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo a Abraciclo, esse foi o melhor resultado da série histórica para o primeiro semestre e para o mês de junho.

No mês passado, os emplacamentos totalizaram 179.407 unidades. Isso representa um crescimento de 8,2% na comparação com junho de 2024 e queda de 7,2% frente ao mês anterior. Com 20 dias úteis, a média diária de vendas foi de 8.970 motocicletas.

A projeção da entidade é que o mercado atinja 2.020.000 unidades vendidas até o fim do ano, alta de 7,7% sobre 2024.

Exportações mantêm trajetória de crescimento

As exportações também cresceram no primeiro semestre. Foram embarcadas 18.611 motocicletas entre janeiro e junho, aumento de 18,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em junho, as exportações somaram 3.065 unidades — 39,1% a mais do que em junho de 2024, mas 9,3% abaixo do volume registrado em maio.

A Abraciclo estima que as exportações devem encerrar 2025 com 35.000 unidades, o que representa um crescimento de 13% frente ao ano anterior.