Do Micro Ao Macro
Por que a presença feminina na liderança impulsiona a performance financeira
Estudo global mostra que empresas com mais de 30% de mulheres em cargos de liderança têm 12 vezes mais chances de alcançar alta performance financeira
Empresas com maior presença feminina em cargos de liderança apresentam desempenho financeiro superior.
Um levantamento da The Conference Board aponta que organizações com pelo menos 30% de mulheres nesses cargos têm 12 vezes mais chances de figurar entre as 20% de melhor performance financeira.
A pesquisa reforça a importância da diversidade de gênero nas estruturas corporativas. Com base nesse debate, a LeverPro, empresa de tecnologia voltada à automação financeira sediada em Belo Horizonte, realizou o primeiro encontro da W-CFO Brazil em Minas Gerais.
Diversidade em finanças
A W-CFO Brazil é uma associação de mulheres executivas da área financeira que completa cinco anos em 2025. O grupo promove eventos voltados à troca de experiências e fortalecimento da presença feminina no setor.
A anfitriã do encontro, Maria Helena Cotta Guimarães, CFO da LeverPro, destacou que a área financeira ainda é marcada pela predominância masculina. Para ela, o desafio das mulheres está em conquistar espaço demonstrando capacidade técnica e enfrentando barreiras menos visíveis, como a subestimação em reuniões estratégicas e o acesso limitado a redes de influência.
Segundo Maria Helena, essa realidade começa a mudar. “Hoje vemos mulheres ocupando posições que, no passado, pareciam inalcançáveis. Isso é resultado de muita persistência e preparo”, afirmou.
De acordo com a executiva, a presença de mulheres na liderança amplia a visão estratégica das companhias e contribui para o desempenho financeiro. Um estudo da McKinsey & Company indica que empresas com maior representatividade feminina têm mais chances de superar concorrentes em rentabilidade e produtividade.
O mesmo levantamento mostra que companhias no quartil superior de diversidade étnica têm vantagem média de 27% em performance financeira. Esses dados reforçam a diversidade como uma alavanca de resultados, e não apenas uma questão de equidade.
Competências que fortalecem
Para Maria Helena, a contribuição feminina vai além dos números. “As mulheres trazem empatia, colaboração, adaptabilidade e visão sistêmica. Essas competências fortalecem a cultura organizacional e ampliam a capacidade de inovação das empresas”, afirmou.
Segundo ela, tais qualidades tornam as companhias mais preparadas para lidar com instabilidades e para identificar oportunidades de crescimento em mercados em constante mudança.
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