Do Micro Ao Macro
Pessoas com renda de até três salários buscam microcrédito para empreender
Mulheres representam 54% dos tomadores, e 78% dos clientes atuam na economia informal
Diante da retomada econômica pós-pandemia, o crédito é a ferramenta mais importante para impulsionar o empreendedorismo no Brasil.
Somente em 2024, o Banco da Família – instituição focada em microfinanças – liberou R$ 167,58 milhões em recursos, um aumento de 41% em relação ao ano anterior.
Desse total, R$ 137,4 milhões (82%) foram destinados a pessoas com renda de até três salários mínimos. A busca por crédito nessa faixa de renda cresceu 7% em comparação a 2023.
Além disso, 78% dos clientes da instituição atuam na economia informal. As mulheres lideram o perfil dos tomadores, representando 54% do total.
Crédito como apoio ao empreendedorismo
Elaine Amaral, diretora de Mercado do Banco da Família, explica que a instituição atende pessoas que muitas vezes não têm acesso ao sistema financeiro tradicional.
“Essas pessoas reorganizaram a vida após a pandemia e retomaram projetos de empreendedorismo em 2024, buscando crédito para isso”, afirmou Amaral.
A percepção de maior estabilidade econômica permitiu ao banco acelerar a liberação de recursos. Em 2023, o volume de crédito foi praticamente o mesmo do ano anterior.
Foco em pequenos negócios e acompanhamento dos clientes
Metade dos créditos liberados em 2024 foi destinada a pequenos negócios. Isso inclui micro e pequenos empreendedores, além de participantes dos programas Coopera e Agro, este último voltado para o empreendedorismo rural.
O banco não apenas libera o crédito, mas também acompanha os clientes. O objetivo é evitar que os recursos comprometam suas finanças pessoais.
Projeções para 2025
Para este ano, a instituição projeta um aumento de 24,48% na carteira ativa. Isso representa cerca de R$ 50 milhões a mais em crédito.
O foco será ampliar a oferta de recursos e intensificar a educação financeira. Isabel Baggio, presidente do Banco da Família, destaca que o crédito responsável é uma ferramenta para impulsionar negócios.
“Ele ajuda a melhorar a qualidade de vida das famílias e gera emprego e renda para outras pessoas”, afirma.
A capacitação dos agentes de crédito também será prioridade. O objetivo é oferecer um atendimento mais especializado e alinhado às necessidades dos clientes.
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