Pesquisa mostra como cada geração compra e se informa no ambiente digital

O comportamento de compra no Brasil está mudando. Uma pesquisa inédita da mLabs, em parceria com a Conversion, analisou como as diferentes gerações se relacionam com marcas, plataformas digitais e tecnologias emergentes.

Com base em entrevistas com 800 pessoas de todo o país, o estudo “A Nova Jornada de Compra” traça um panorama de como Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z consomem informação e tomam decisões de compra. A pesquisa também aponta tendências que devem guiar o consumo digital em 2026.

Segundo Diego Ivo, fundador e CEO da Conversion, o objetivo foi entender como cada faixa etária interage com canais digitais distintos. “Os dados mostram que cada geração domina ferramentas específicas para consumir. Há uma mudança de comportamento que exige novas estratégias de marketing”, afirma.

Rafael Kiso, cofundador da mLabs, complementa que “a influência digital passou a ser construída por meio de dados, relevância e credibilidade”.

Geração Z lidera o uso de redes e IA

Entre os jovens de 18 a 26 anos, 87% descobrem produtos e serviços no Instagram e 80% no TikTok. Essas plataformas deixaram de ser apenas espaços de entretenimento e se consolidaram como fontes de informação e aprendizado.

Cerca de 67,2% da Geração Z já utiliza ferramentas de inteligência artificial para comparar vantagens e desvantagens de produtos. A IA se tornou, para esse público, um “consultor digital” que ajuda a validar decisões de compra.

Millennials equilibram estratégia e conveniência

Entre 27 e 42 anos, os Millennials se destacam pela combinação de múltiplos canais. O Instagram é usado por 83,5% do grupo, seguido por YouTube (73,5%) e Google (72%). Mais da metade (56%) utiliza IA nas pesquisas, e 58% afirmam confiar mais nas respostas das inteligências artificiais do que em pessoas próximas.

Esses consumidores preferem marcas que oferecem conteúdo útil e prático, reforçando o papel do marketing educativo.

Geração X mantém confiança nos buscadores

Os consumidores de 43 a 58 anos ainda priorizam ferramentas tradicionais. O Google aparece em 84,5% das buscas, seguido de YouTube (60%) e Instagram (45,5%).

Essa geração busca confiabilidade e costuma comparar antes de comprar. Quase metade (47,5%) já usa IA, mas ainda com cautela. A preferência por fontes oficiais e validação presencial demonstra um perfil analítico, em transição para o digital.

Baby Boomers ganham espaço nas compras online

Entre os maiores de 59 anos, o Google é o principal canal, com 77,5% das buscas, seguido de YouTube (58,5%) e Instagram (50,5%). O Facebook ainda é relevante para 37,5% dos entrevistados.

O uso de IA é menor (31%), mas cresce rapidamente. Quase metade dessa geração (48%) já utiliza a tecnologia para buscar preços e promoções. O perfil é objetivo e voltado à praticidade.

Canais mais usados para descobrir e pesquisar produtos

A pesquisa indica que o Google segue como principal porta de entrada digital para os brasileiros. Ele é usado por 76% dos entrevistados na descoberta de novos produtos, seguido por Instagram (73,3%), YouTube (69%), TikTok (55,4%) e televisão (49,9%).

Quando o objetivo é buscar informações sobre marcas conhecidas, o Google (78,8%) mantém a liderança, seguido por YouTube (59,5%), Instagram (51,13%), inteligências artificiais (48,5%) e TikTok (38,75%).

O que pesa na decisão final de compra

Os fatores mais importantes apontados pelos consumidores foram:

• Preço (80,6%)
• Qualidade do produto (77,4%)
• Frete grátis (77,3%)
• Reputação da marca (45,8%)
• Avaliações de outros compradores (45,4%)

Esses dados mostram que, apesar da influência das redes sociais, o consumo digital segue orientado por critérios racionais, como custo-benefício e confiança.

Inteligência artificial redefine o consumo brasileiro

O levantamento mostra que a IA se tornou um divisor entre gerações. Entre os mais jovens, 59,5% da Geração Z e 56% dos Millennials já utilizam a tecnologia como principal ferramenta de busca comparativa.

Na Geração X, 47,5% já adotam o recurso, enquanto entre os Baby Boomers o índice é de 31%. A diferença de quase 30 pontos percentuais evidencia a distância entre nativos digitais e aqueles em adaptação.

Para Rafael Kiso, a tecnologia não substitui o Google, mas amplia as possibilidades. “Os mais jovens buscam inspiração nas redes, usam o Google para informações diretas e a IA para análises e comparações. É uma experiência híbrida e personalizada.”

A pesquisa mostra ainda que 41,5% da Geração Z e 37% dos Millennials acreditam que a IA transformará totalmente o consumo nos próximos anos. Já entre Geração X e Baby Boomers, cerca de 35% reconhecem a importância da tecnologia, mas acreditam que os métodos tradicionais continuarão relevantes.