Do Micro Ao Macro

Pequenos negócios brasileiros abraçam as práticas de sustentabilidade socioambiental

Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, 83% dos empreendedores consideram que essas ações não são exclusivas das grandes empresas

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Práticas de sustentabilidade socioambiental como coleta seletiva, reciclagem de resíduos e incentivo ao uso consciente de água e energia são consideradas importantes ou muito importantes por 93% dos donos de pequenos negócios brasileiros. É o que aponta pesquisa realizada pelo Sebrae. De acordo com o levantamento, a maior parte dos empreendedores (83%) acredita que as ações sustentáveis não devem ficar restritas apenas às grandes e médias empresas.

Os dados mostram que os microempreendedores individuais são o grupo que atribui maior grau de importância às práticas de sustentabilidade (41% consideram a questão muito importante e 51%, importante). Já entre os setores de atividade, o de Serviços é o que considera o tema como mais importante (94%).

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, a pesquisa reafirma a importância de incluir os pequenos negócios nos debates sobre sustentabilidade, em especial no momento que antecede a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). “A sustentabilidade é um conceito que não tem mais volta. O Sebrae se concentra em impulsionar um desenvolvimento que seja simultaneamente sustentável e inovador. Para alcançar esse objetivo, atua no fortalecimento do empreendedorismo sustentável, mostrando que o desenvolvimento pode acontecer sem ameaçar as nossas riquezas naturais e a nossa biodiversidade”, comenta.

O levantamento apontou que o impacto positivo em questões sociais e no meio ambiente é apontado por 66% dos entrevistados como principal benefício das práticas ESG.

Obstáculos

Os donos de pequenos negócios ouvidos na pesquisa apontaram que a falta de informação é a maior dificuldade enfrentada no processo de implementação das práticas ESG (soma dos 20% que afirmam dispor de pouca informação com os 7% que dizem não saber por onde começar). A falta de dinheiro (21%) é a segunda dificuldade mais encontrada.

COP30

A pesquisa revelou que – no conjunto dos pequenos negócios brasileiros – 71% consideram a Conferência do Clima importante ou muito importante para o próprio empreendimento. O grau de importância é inversamente proporcional ao porte da empresa, sendo maior entre os microempreendedores individuais (72%) que para as microempresas (69%) e empresas de pequeno porte (68%). Essa importância também é maior entre as mulheres (76%), contra 67% dos homens.

Para os donos de pequenos negócios, a realização da COP30 vai contribuir principalmente para conectar pequenos negócios a oportunidades de mercado verde (produtos e serviços sustentáveis como energia solar, embalagens biodegradáveis, reciclagem, entre outros), promover linhas de crédito para práticas sustentáveis e divulgar práticas de ESG entre pequenos negócios.

Números da pesquisa

Do total de entrevistados, 93% consideram as práticas ESG importantes, principalmente por seus impactos positivos sociais e ambientais (66%). As ações mais comuns de práticas de ESG são coleta seletiva e reciclagem (42%) e uso consciente de água e energia (24%).

As principais barreiras são falta de recursos financeiros (21%) e falta de informação (27%), o que indica necessidade de apoio técnico e educativo.

A grande maioria considera muito importante o papel do Sebrae na COP30, destacando-se três ações prioritárias:

  • Conectar pequenos negócios ao mercado verde (“Muito importante” 50% + “Importante” 44%);
  • Promover linhas de crédito e incentivos sustentáveis (“Muito importante” 40% + “Importante” 51%);
  • Divulgar boas práticas de ESG (“Muito importante” 39% + “Importante” 51%).

Metodologia

A pesquisa ouviu 6.266 donos de pequenos negócios (MEI, micro e pequenas empresas) de todas as unidades da Federação, entre os dias 9 de agosto a 16 de setembro de 2025.

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