Do Micro Ao Macro

O impacto do excesso de telas na saúde ocupacional

O avanço da hiperconectividade elevou casos de insônia, dores musculares e queda de desempenho. como o excesso de telas afeta a saúde ocupacional?

O impacto do excesso de telas na saúde ocupacional
O impacto do excesso de telas na saúde ocupacional
Um trader trabalha no pregão da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) na cidade de Nova York, em abril de 2025, após tarifaço de Trump. Foto: Timothy A. CLARY / AFP
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O uso contínuo de dispositivos digitais já se tornou um fator crítico para a saúde ocupacional, e o excesso de telas reforça esse movimento. O relatório Digital, da Hootsuite em parceria com a We Are Social, mostra que mais de 5 bilhões de pessoas utilizam um celular, número equivalente a 66% da população mundial. A hiperconectividade transformou a forma de trabalhar, descansar e interagir, mas também ampliou impactos físicos, mentais e organizacionais.

Profissionais de saúde relatam aumento de fadiga ocular, dores no pescoço, má postura, tendinites e distúrbios de sono associados ao uso prolongado de dispositivos. Os reflexos mentais seguem a mesma tendência. Estudos do SESI Saúde mostram relação entre tempo elevado de tela e quadros de ansiedade, irritabilidade, perda de atenção, procrastinação e dependência digital. A luz azul reduz a produção de melatonina e prejudica o sono, afetando memória, raciocínio e tomada de decisão. Nas empresas, isso se manifesta como presenteísmo, queda de desempenho e maior risco de absenteísmo.

A fronteira entre atividades profissionais e lazer digital permanece pouco definida, com reuniões, mensagens, notificações e aplicativos que criam ciclos constantes de estímulo. Esse padrão já aparece em programas de saúde ocupacional como fator de risco emergente.

Monitoramento e prevenção

A tecnologia passa a apoiar estratégias de prevenção ao permitir que áreas de saúde ocupacional acompanhem padrões de uso digital, avaliem impactos no sono e identifiquem riscos. Com esses dados, o RH consegue organizar ações de descanso, ergonomia e bem-estar de forma preventiva.

Mapeamento do excesso de telas

A Vixting, HR & Health Tech voltada à digitalização da saúde ocupacional, utiliza uma plataforma que reúne gestão de atestados, indicadores de saúde, prontuário ocupacional e analytics capazes de identificar padrões de adoecimento relacionados ao excesso de telas. Esse nível de monitoramento permite antecipar riscos e direcionar intervenções específicas para cada perfil de trabalhador.

Segundo Michel Cabral, CEO da empresa, os efeitos da hiperconectividade vão além da produtividade. Ele afirma que a exposição contínua cria um tipo de estresse que não aparece em métricas tradicionais e que análises profundas de dados ajudam a identificar sinais precoces de esgotamento digital.

Excesso de telas demanda novas políticas de saúde digital

Para Cabral, políticas de saúde digital, dados estruturados e tecnologia serão decisivos para criar ambientes equilibrados e preparados para a nova economia conectada, reduzindo impactos do excesso de telas e fortalecendo o bem-estar dos trabalhadores.

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