Do Micro Ao Macro

Número de bares e restaurantes operando no prejuízo é o maior desde março de 2023

Apenas 31% dos estabelecimentos conseguiram lucrar e 38% somente equilibraram as contas no período; apesar desses desafios, há uma perspectiva positiva

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No primeiro trimestre de 2024 cerca de 31% dos bares e restaurantes brasileiros operavam no vermelho, o maior índice de prejuízo desde março de 2023. É o que aponta a uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a Abrasel, que destaca uma grave crise financeira no setor.

Segundo o levantamento, apenas 31% dos estabelecimentos conseguiram lucrar no período analisado, uma queda de quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Paralelamente, 38% dos bares e restaurantes apenas conseguiram equilibrar suas contas, sem gerar lucro ou prejuízo.

Os principais fatores que contribuíram para o desempenho negativo dos bares e restaurantes incluem a queda das vendas, mencionada por 76% dos empresários. A redução do número de clientes também foi significativa, citada por 66% dos entrevistados. Além disso, os altos custos com alimentos e bebidas afetaram 42% dos negócios.

Inflação

Outro desafio enfrentado pelo setor é a adequação dos preços ao ritmo da inflação. Dados da pesquisa mostram que 19% dos estabelecimentos reajustaram seus cardápios abaixo do índice inflacionário, enquanto 35% apenas acompanharam a inflação. Notavelmente, 37% não conseguiram fazer ajustes nos preços, e apenas uma minoria de 9% conseguiu aumentar os preços acima da inflação.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, expressou preocupação com os números: “Os resultados são alarmantes. A dificuldade de ajustar os preços, aliada ao alto endividamento — quase 40% do setor está com dívidas atrasadas — complica ainda mais a situação dos nossos empresários.”

Estratégias para recuperação

Em resposta aos problemas persistentes desde a pandemia, a Abrasel está coordenando esforços para recuperar a estabilidade do setor. “Estamos trabalhando em um plano de resgate, iniciando com um estudo detalhado pela FGV para identificar as causas e soluções para nossas dificuldades,” afirmou Solmucci.

O estudo da entidade também revelou que 39% das empresas têm dívidas em atraso. Os impostos federais são o maior problema, com 72% das dívidas, seguidos pelos impostos estaduais (50%) e empréstimos bancários (37%).

Apesar desses desafios, há uma perspectiva positiva no que se refere ao emprego.

Cerca de 25% dos empreendedores planejam contratar mais funcionários no primeiro semestre, motivados principalmente pelas expectativas de alta demanda durante o Dia dos Namorados e o Dia das Mães. Essa intenção de contratação vem num momento em que o setor de bares e restaurantes gerou cerca de 70 mil novos empregos nos últimos três meses, um aumento de 1,3% em comparação com o trimestre anterior, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD.

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