Do Micro Ao Macro

Novo parcelamento do MEI dá mais autonomia ao empreendedor, mas exige atenção

Receita Federal permite que microempreendedores escolham o número de parcelas dos débitos; especialista orienta manter obrigações sempre em dia.

Novo parcelamento do MEI dá mais autonomia ao empreendedor, mas exige atenção
Novo parcelamento do MEI dá mais autonomia ao empreendedor, mas exige atenção
DRE revela a real saúde financeira das empresas e todo empresário deveria saber interpretá-lo
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A Receita Federal implementou, em agosto, um novo sistema de parcelamento de dívidas voltado a microempreendedores individuais (MEIs) e pequenos negócios enquadrados no Simples Nacional.

A medida pretende facilitar o controle financeiro e reduzir a inadimplência no segmento, oferecendo mais flexibilidade para o pagamento de tributos.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 16 milhões de MEIs ativos. O regime, criado para estimular a formalização de trabalhadores autônomos, garante acesso à Previdência e benefícios sociais, mas também impõe obrigações fiscais que, quando não cumpridas, podem gerar multas e o risco de desenquadramento.

Segundo Kályta Caetano, contadora especialista em MEI da MaisMei — plataforma que apoia empreendedores na formalização e gestão dos negócios — a principal mudança está na autonomia para definir o plano de pagamento. “Antes, o MEI dependia do sistema automático da Receita para determinar o valor e a quantidade de parcelas. Agora, ele pode escolher como pagar, desde que respeite o valor mínimo de R$ 50 por documento e o limite de até 60 parcelas”, explica.

O novo recurso está disponível no Portal do Simples Nacional e no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Para a Receita, a iniciativa amplia a previsibilidade no fluxo de caixa e ajuda o microempreendedor a manter os tributos em dia, sem comprometer o orçamento mensal.

Apesar da facilidade, Kályta alerta para o risco de deixar as pendências se acumularem. “O ideal é que o MEI mantenha seus pagamentos mensais (DAS) e a Declaração Anual de Faturamento (DASN) sempre atualizados. Quando as dívidas crescem, pode ser difícil conseguir parcelas acessíveis, já que o limite máximo é de 60. Além disso, o acúmulo pode resultar na exclusão do Simples Nacional”, afirma.

Para evitar esse tipo de problema, a especialista recomenda o uso de ferramentas digitais que auxiliam no acompanhamento de pendências. Uma delas é o Diagnóstico MEI, recurso gratuito oferecido pela MaisMei. Com ele, o empreendedor pode consultar débitos e obrigações diretamente com o CNPJ ou CPF, de forma simples e rápida.

“Tendo acesso às informações corretas, o microempreendedor pode se planejar melhor e evitar surpresas. A organização financeira é o primeiro passo para manter o negócio saudável e evitar que pequenas dívidas se tornem grandes obstáculos”, orienta Kályta Caetano.

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