Do Micro Ao Macro
Nordeste e Norte já reúnem mais de 16% das startups ativas no país
Regiões ampliam participação no ecossistema de inovação com foco em sustentabilidade, bioeconomia e desenvolvimento de novos polos tecnológicos.
O avanço das startups fora do eixo Rio–São Paulo tem redesenhado o mapa da inovação no Brasil. Segundo o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro de Startups, divulgado pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups), o Nordeste e o Norte já reúnem mais de 16% dos negócios ativos no país, um marco na desconcentração geográfica do setor.
O levantamento mostra que o Nordeste abriga 11,5% das startups nacionais, com destaque para Bahia, que representa 3% do total, e Ceará, com 2,4%. No Norte, o percentual chega a 4,6%, com crescimento expressivo em áreas ligadas à sustentabilidade e à bioeconomia, especialmente na Amazônia Legal.
Para acompanhar esse movimento, a Abstartups ampliou sua atuação fora do Sudeste. A associação tem firmado parcerias com universidades e hubs de inovação, além de apoiar eventos e programas de capacitação voltados a empreendedores.
Em 2025, a presença no Norte foi intensificada com a entrada da Abstartups no Pacto da Amazônia, iniciativa voltada à inovação como motor de desenvolvimento social e econômico. A entidade também vem participando de eventos regionais sobre inovação sustentável e economia verde.
“Nosso compromisso é fazer do Amapá uma referência em inovação e desenvolvimento sustentável, conectando o estado a grandes agendas como a COP30 e criando oportunidades para empreendedores locais”, afirmou Lindomar Góes, presidente da associação.
Amazônia
A região amazônica se destacou em fevereiro de 2024 ao sediar, no Amapá, a primeira reunião do Startup20 (G20) realizada no Brasil. O encontro projetou startups locais que desenvolvem soluções voltadas à bioeconomia e à reutilização de recursos naturais, ampliando a visibilidade internacional da inovação amazônica.
Mais recentemente, a Abstartups anunciou sua liderança no Inova Amazônia Summit 2025. O evento marcou o lançamento do Pacto de Inovação da Amazônia, que une governo, instituições públicas e privadas em torno da criação de um ambiente favorável ao surgimento de startups na região. O plano prevê etapas específicas em cada estado da Amazônia, com ações para impulsionar a bioeconomia e o empreendedorismo sustentável.
“Nosso papel é dar visibilidade, ferramentas e conexões para que as soluções sustentáveis possam gerar impacto concreto”, destacou Cláudia Schulz, CEO da Abstartups.
Capital e impacto local
O estudo mostra ainda que 68,1% das startups que captaram investimento receberam recursos de origem local. O dado indica fortalecimento dos ecossistemas regionais e valorização de investidores que buscam inovação com impacto social e territorial.
A entidade defende que a inovação brasileira precisa ser ampla e inclusiva. O mapeamento reforça que o futuro do empreendedorismo tecnológico está sendo construído também em cidades como Fortaleza, Salvador, Manaus e Belém — polos que conectam tecnologia, sustentabilidade e geração de renda.
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