Do Micro Ao Macro

Metade dos MEIs começa a empreender após perder o emprego

Estudo aponta que muitos microempreendedores não estão preparados para administrar o próprio negócio

Metade dos MEIs começa a empreender após perder o emprego
Metade dos MEIs começa a empreender após perder o emprego
Estudo aponta que muitos microempreendedores (MEI) não estão preparados para administrar o próprio negócio
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Mais de 50% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) no Brasil optaram por abrir um negócio após perderem seus empregos.

Esse dado vem de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta a existência de mais de 15 milhões de MEIs no país atualmente.

A professora de Contabilidade da UNISUAM, Tania Ribeiro, explica que o desemprego tem levado muitos brasileiros ao empreendedorismo. O Sebrae confirma que 94% dos empreendedores usam o negócio como principal fonte de renda.

“Diante da dificuldade de conseguir um emprego formal, muitos veem na abertura de um pequeno negócio uma maneira de garantir sua renda”, afirma Tania.

Crescimento dos pequenos negócios no Brasil

Os pequenos negócios representam 95% das empresas no Brasil e contribuem com 30% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o Mapa das Empresas do Governo Federal, em agosto de 2024, foram abertas 374 mil novas empresas, entre MEIs, Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).

Esse número é 1,81% maior que o registrado no mesmo mês de 2023. Mesmo com esse aumento, empreender continua sendo desafiador para muitos.

Muitos negócios fecham antes de completar cinco anos, e os MEIs são os mais afetados. A taxa de fechamento entre eles chega a 29%.

Desafios dos microempreendedores

Mesmo com a legislação simplificada do MEI, em vigor há 15 anos, muitos enfrentam dificuldades para lidar com as obrigações fiscais.

Tania Ribeiro ressalta que isso revela o despreparo de muitos empreendedores. Além disso, eles enfrentam barreiras para obter crédito, seja por falta de garantias ou pelo desconhecimento de programas de microcrédito.

Para superar esses desafios, Tania recomenda que os empreendedores busquem cursos e capacitações em gestão financeira, planejamento de caixa e precificação.

Ela também sugere que os MEIs mantenham uma conta bancária separada para o negócio.

Além disso, é importante que invistam em conhecimento nas áreas de marketing digital e vendas.

Uso de tecnologia para facilitar a gestão

O uso de aplicativos de gestão é uma alternativa eficiente para os microempreendedores. Esses apps ajudam no controle financeiro e no gerenciamento de estoque.

Mayla de Freitas Rufino, da empresa Suculentinha, utiliza o Jarbas App para organizar seus pedidos e melhorar o atendimento. O app centraliza a comunicação com os clientes via WhatsApp e Instagram, além de facilitar o acompanhamento financeiro.

O Jarbas, que faz parte do Grupo Wevy, atende as necessidades dos microempreendedores. Ele funciona online ou offline, sincronizando dados na nuvem e aceitando pagamentos via Pix e cartões.

A ferramenta é projetada para integrar negócios de microempreendedores com grandes sistemas de gestão empresarial (ERP), como explica Tiago Garbim, CEO da Wevy.

Aprovado por quem utiliza

Rafaela Cristina de Almeida, revendedora de cosméticos, afirma que o aplicativo facilita o controle de clientes, produtos e boletos.

Já Richardson Ricelli, que vende eletrônicos e perfumaria, destaca o controle de finanças e estoque como os maiores benefícios do app.

Uma pesquisa realizada com usuários do Jarbas no primeiro semestre de 2024 revelou que o controle de estoque é a função mais utilizada.

O setor de serviços, especialmente cosméticos, é o mais comum entre os usuários, de acordo com o Sebrae.

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