Do Micro Ao Macro
Janeiro Branco: Endividamento afeta saúde física e mental
Considerada o mal do século, ansiedade relacionada a questões financeiras já afetou a saúde mental de mais da metade dos brasileiros, indica pesquisa


A relação entre endividamento e saúde mental é direta e preocupante. Segundo pesquisa da Opinion Box em parceria com a Serasa, 72% dos brasileiros evitam pedir ajuda financeira a familiares ou amigos. Essa dificuldade em buscar apoio amplia o peso emocional da inadimplência.
Além disso, a pressão de conviver com dívidas frequentemente afeta o bem-estar psicológico. Muitas vezes, isso resulta em ansiedade e até mesmo em sintomas físicos.
De acordo com o levantamento, 60% dos entrevistados relataram impactos como ansiedade. Outros 57% enfrentam abalo na autoestima, enquanto 55% notam piora na qualidade do sono.
Outros problemas incluem energia e disposição afetadas, mencionados por 50% dos participantes. Já 45% relataram interferências nos relacionamentos pessoais devido às dificuldades financeiras.
Planejamento financeiro ajuda a proteger a saúde mental
A organização financeira vai além de estratégias econômicas. Na prática, ela se torna uma ferramenta importante para cuidar da mente.
Segundo Thaíne Clemente, executiva da fintech Simplic, o planejamento contribui diretamente para a redução da ansiedade. Além disso, promove mais segurança emocional e melhora a qualidade de vida familiar.
“A gestão consciente das finanças traz segurança e ajuda a reduzir a ansiedade, criando um ambiente mais favorável para a saúde mental,” explica Clemente.
Ela sugere três ações práticas que podem ajudar a começar a lidar melhor com as dívidas. Essas ações também aliviam o impacto psicológico gerado pela desorganização financeira.
Anote seus gastos
Primeiramente, registre todas as despesas. Inclua desde contas fixas até gastos variáveis, como compras de última hora.
“Esse hábito dá clareza sobre para onde o dinheiro está indo e onde é possível economizar,” orienta Clemente. Para facilitar, use ferramentas como aplicativos de finanças ou planilhas.
Reavalie o uso do cartão de crédito
Em seguida, analise como você utiliza o cartão de crédito. Ele pode ser útil, mas, se mal utilizado, se torna um gatilho de endividamento.
“Planeje o uso e evite confundir crédito com renda extra. Acúmulo de parcelas pode sair do controle,” alerta a especialista.
Invista em educação financeira
Por fim, busque aprender mais sobre gestão de recursos financeiros. Esse conhecimento ajuda a criar hábitos que reduzem o estresse e ampliam as opções no dia a dia.
“Com educação financeira, é possível poupar, investir e usar crédito com inteligência,” conclui Clemente.
No Janeiro Branco, focar no equilíbrio entre saúde mental e finanças é um passo importante para uma vida mais tranquila.
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