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Geração Z é mais ambiciosa que Millenials, aponta pesquisa

Pesquisa revela que jovens priorizam remuneração e valores empresariais, enquanto enxergam o emprego de forma menos idealizada

Geração Z é mais ambiciosa que Millenials, aponta pesquisa
Geração Z é mais ambiciosa que Millenials, aponta pesquisa
Estudo revela hábitos e preocupações da Geração Z com redes sociais, privacidade e relacionamentos
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Jovens da Geração Z (nascidos entre 1997 e o início dos anos 2010) têm uma relação diferente com o trabalho em comparação com gerações anteriores. Uma pesquisa da Hogan Assessments, em parceria com a Ateliê RH, mostrou que essa geração é mais focada em ganhar dinheiro do que em progredir na carreira.

Segundo Roberto Santos, sócio-diretor da Ateliê RH, a percepção de que esses jovens valorizam mais a qualidade de vida do que o sucesso profissional não corresponde à realidade. “A Geração Z desromantizou a relação com o trabalho. Eles estão mais interessados em ganhar dinheiro”, afirma.

Menor apego ao trabalho e foco em dinheiro

Uma pesquisa da YouGov em 2024 revelou que apenas 43,5% dos jovens da Geração Z na América Latina disseram amar o que fazem. Esse é o menor percentual entre todas as gerações analisadas.

Ao mesmo tempo, 47,4% dos entrevistados afirmaram priorizar ganhos financeiros em vez de crescimento profissional. Isso indica uma mudança na forma como enxergam a carreira: o foco está na estabilidade econômica, e não necessariamente na ascensão hierárquica.

Preferência por aprendizado formal

A pesquisa também apontou que essa geração prefere aprendizagem formal a experiências práticas. Leitura de livros, artigos e posts são mais valorizados por esses jovens, que apresentam índices de leitura mais altos do que os Millennials.

O levantamento do Ibope/Instituto Pró-Livro mostrou que a faixa etária entre 16 e 24 anos tem sido a mais presente nas bibliotecas. Esse dado reforça a busca da Geração Z por conhecimento estruturado.

Impacto da tecnologia e instantaneidade

A facilidade de acesso à informação desde a infância faz com que esses jovens tenham uma relação diferente com o aprendizado e a rotina de trabalho.

A exposição à tecnologia desde cedo os torna mais impacientes e menos tolerantes a processos demorados. O ritmo acelerado da internet moldou suas expectativas em relação ao mercado, influenciando a forma como lidam com feedbacks e prazos.

Arrogância ou desilusão com o mercado?

Estudos e percepções do mercado frequentemente apontam que essa geração superestima sua própria capacidade e tem menos abertura a críticas. Isso pode gerar dificuldades no ambiente de trabalho, especialmente em relação ao desenvolvimento profissional.

No entanto, a pesquisa da Hogan Assessments não identificou diferenças significativas nos índices de arrogância entre as gerações Millennial e Z. A dúvida que permanece é se essa postura está mais ligada a um cenário de desilusão com o mercado ou a um comportamento geracional consolidado.

Busca por impacto social e sustentabilidade

Mesmo sendo mais focada em dinheiro, a Geração Z também valoriza aspectos sociais e ambientais ao escolher uma empresa para trabalhar.

A pesquisa da Hogan Assessments indicou que esses jovens pontuam mais alto na escala de Altruísmo. Isso sugere que buscam empregadores alinhados a valores como responsabilidade social e diversidade.

Empresas que demonstram compromisso com essas questões têm mais chances de atrair e reter talentos dessa geração. Marcas que não possuem esse alinhamento podem enfrentar dificuldades para conquistar esse público.

Geração Z e o mundo dos negócios

Apesar do distanciamento em relação ao conceito tradicional de carreira, a Geração Z tem um grande interesse por negócios e estratégias financeiras.

Os dados mostram que esses jovens dão menos importância a valores acadêmicos e científicos e têm mais motivação para ganhos financeiros e empreendedorismo. Para eles, o sucesso profissional está diretamente ligado à estabilidade econômica e à autonomia financeira.

Metodologia da pesquisa

O estudo da Hogan Assessments foi baseado em testes respondidos por 23 mil brasileiros entre 2001 e 2022.

A análise comparou três instrumentos da Hogan: o HPI, que mede traços da personalidade no dia a dia; o HDS, que avalia comportamentos sob estresse; e o MVPI, que identifica motivações e valores individuais.

Esses instrumentos foram desenvolvidos com foco no ambiente corporativo e ajudam a entender como diferentes gerações enxergam o trabalho e a carreira.

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