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Futuro do trabalho é híbrido, colaborativo, conectado, autônomo, inteligente, seguro e sustentável

Estudo identifica novas tecnologias, ESG e IA como vetores da transformação no ambiente corporativo

Futuro do trabalho é híbrido, colaborativo, conectado, autônomo, inteligente, seguro e sustentável
Futuro do trabalho é híbrido, colaborativo, conectado, autônomo, inteligente, seguro e sustentável
(Foto: iStock)
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O relatório ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024, produzido pela TGT ISG, mostra que as mudanças no ambiente de trabalho vão além da TI. As empresas agora lidam com restrições orçamentárias e práticas de sustentabilidade que influenciam fortemente suas decisões.

Entre os fatores que moldam o futuro do trabalho, estão a inteligência artificial generativa, o modelo híbrido e a pressão pelo retorno aos escritórios. Esse contexto exige das empresas novas estratégias para engajar funcionários e melhorar suas experiências no trabalho.

O trabalho híbrido se consolidou desde 2020 e é uma prática comum em aproximadamente 50% das empresas. Essas organizações implementaram políticas flexíveis e investiram em tecnologias de apoio para o modelo híbrido.

Desse total, 76% das empresas relataram benefícios como aumento na produtividade, redução de custos e maior satisfação de funcionários e clientes com o modelo, conforme o estudo do ISG.

Mudanças nas habilidades e adaptação organizacional

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, espera-se que, até 2030, o número de empregos digitais chegue a 92 milhões globalmente. Isso trará mais oportunidades de remuneração, mas também transformará cerca de 44% das competências exigidas dos trabalhadores.

“A adaptação das empresas enfrenta o desafio de capacitar os funcionários de maneira ágil, com foco em um ambiente híbrido e interconectado”, explica Cristiane Tarricone, distinguished analyst da TGT ISG e autora do estudo.

Para responder a essas mudanças, muitas empresas adotam estratégias variadas que levam em conta as preferências dos trabalhadores e as novas demandas de negócios. Além disso, consideram práticas de ESG na experiência dos funcionários e na imagem da empresa.

No Brasil, a cultura que valoriza a presença física ainda prevalece em muitas organizações. Alguns líderes, inclusive, pressionam pelo retorno às sedes, embora o modelo híbrido continue sendo amplamente adotado. Isso exige soluções que promovam integração e colaboração, como afirma Tarricone.

Tecnologias que suportam o modelo híbrido

Mais de dois terços das empresas consultadas no estudo destacaram o papel de dispositivos móveis, ferramentas de autoatendimento e plataformas colaborativas no ambiente de trabalho. Essas ferramentas são fundamentais para criar um ambiente de trabalho eficiente e integrado.

Em alguns setores, tecnologias emergentes, como a inteligência artificial conversacional, estão cada vez mais presentes. Segundo o relatório, os fornecedores de soluções para o trabalho híbrido têm investido em inovações que mantêm a integração dos escritórios e introduzem novas métricas de experiência para o ambiente de trabalho.

Além disso, o relatório indica que empresas de serviços estão expandindo o uso da inteligência artificial generativa em suas operações. Essas tecnologias são integradas às soluções de trabalho para aumentar a produtividade e melhorar a experiência de funcionários e clientes.

Entre as ferramentas mencionadas no relatório estão o Copilot, OpenAI e WatsonX, que operam tanto em sistemas de escritório quanto em chatbots para responder a consultas complexas.

“A IA generativa está automatizando tarefas antes exclusivas de humanos, como a tomada de decisões e a criação”, comenta Cristiane. Ela acrescenta que essa tecnologia permite personalização em massa, adaptando produtos e serviços às preferências dos consumidores.

Desafios econômicos e otimização de custos

Em meio a desafios econômicos, as empresas exigem cada vez mais a otimização de custos operacionais, incluindo gastos com o “escritório do futuro”. Para balancear investimentos, fornecedores de soluções têm buscado parcerias e colaborações, o que permite reduzir custos a longo prazo.

Essas estratégias aproveitam a automação e o uso de inteligência artificial, promovendo um uso mais eficiente de recursos e melhorando a sustentabilidade das operações.

Sustentabilidade como prioridade no ambiente corporativo

A pressão para adotar práticas sustentáveis cresce, motivada pelas mudanças climáticas e pelo aumento das expectativas dos consumidores em relação à responsabilidade ambiental. O relatório destaca que práticas sustentáveis incluem o uso de energia renovável, redução de emissões de carbono e transparência nos relatórios corporativos.

Além disso, fornecedores alinhados a essas demandas se destacam ao oferecer serviços que monitoram e gerenciam esses indicadores de sustentabilidade para seus clientes.

“No Brasil, infraestrutura e regulamentações ainda precisam de avanços para suportar plenamente a sustentabilidade corporativa”, afirma Tarricone. Em 2024, mais empresas no país adotam práticas sustentáveis, com foco em questões sociais devido às desigualdades e desafios socioeconômicos.

Ela explica que programas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) são implementados em treinamentos e projetos educacionais. Em contraste, metas ambientais, como a redução de emissões, têm menos destaque entre as contratantes.

Panorama dos fornecedores

O relatório ISG Provider Lens™ de 2024 avalia 30 fornecedores de soluções em cinco categorias: Workplace Strategy and Enablement Services, Collaboration and Next-gen Experience Services, Managed End-user Technology Services, Continuous Productivity Services e Smart and Sustainable Workplace Services.

DXC Technology e Stefanini foram classificados como líderes em todas as categorias analisadas. Kyndryl, Unisys e Wipro foram reconhecidos em quatro categorias, enquanto Atos, TCS e TIVIT se destacaram em três categorias.

Além disso, Accenture e TCS se destacaram em duas categorias, e Algar Tech MSP, Capgemini e Getronics são líderes em uma categoria cada.

A Atos foi reconhecida como Rising Star em duas categorias, definida pelo ISG como uma empresa com “portfólio promissor” e “alto potencial futuro”. Deloitte, Getronics, HCLTech e Unisys foram nomeadas Rising Stars em uma categoria cada.

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