Do Micro Ao Macro

Exclusão em massa do MEI coloca 340 mil empreendedores em alerta

MEI com parcelamentos em atraso pode perder o enquadramento no Simples Nacional em 2026, após notificações da Receita Federal

Exclusão em massa do MEI coloca 340 mil empreendedores em alerta
Exclusão em massa do MEI coloca 340 mil empreendedores em alerta
Exclusão em massa do MEI coloca 340 mil empreendedores em alerta Exclusão em massa do MEI coloca 340 mil empreendedores em alerta
Apoie Siga-nos no

O MEI entrou no radar da Receita Federal após o avanço da inadimplência em parcelamentos de dívidas. Cerca de 340 mil microempreendedores individuais estão sendo notificados por atraso nos acordos firmados com a União. Desse total, mais de 250 mil já ultrapassaram o limite de seis parcelas vencidas, situação que pode levar ao cancelamento do parcelamento e à exclusão do regime simplificado.

O alerta do Fisco é direto: regularizar a situação o quanto antes evita multas adicionais, juros e o desenquadramento do MEI, que passa a ter regras tributárias mais rígidas e custos maiores para manter o negócio ativo.

Atrasos colocam o MEI fora do Simples Nacional

Quando o parcelamento é rompido, o impacto vai além da dívida em aberto. A exclusão do MEI impede a emissão de notas fiscais, dificulta o acesso a crédito e suspende direitos previdenciários vinculados ao INSS.

Segundo Kályta Caetano, contadora e especialista em MEI da MaisMei, manter as obrigações em dia é uma forma de preservar a operação do negócio. “O MEI regular garante tranquilidade para trabalhar, acesso a benefícios previdenciários e segurança para crescer. A desorganização fiscal costuma gerar problemas maiores do que o valor original da dívida”, afirma.

Prazo para regularização já está correndo

Após o envio das notificações, o microempreendedor tem até 90 dias para regularizar pendências e evitar o desenquadramento. Quem não quitar ou renegociar os débitos dentro desse período será excluído do Simples Nacional a partir de 1º de janeiro de 2026.

“O prazo é decisivo. O MEI que ignora o aviso corre o risco de iniciar o próximo ano fora do regime simplificado”, explica Kályta Caetano.

Como funciona o parcelamento do MEI

O sistema de parcelamento do MEI foi criado para permitir a regularização de débitos, especialmente do pagamento mensal do DAS. Em 2025, as regras passaram por ajustes que deram mais flexibilidade ao empreendedor, como a escolha do número de parcelas, respeitando o valor mínimo de R$ 50 por documento e o limite máximo de 60 parcelas.

Ainda assim, há uma regra que costuma passar despercebida. Após aderir ao parcelamento, o MEI não pode acumular mais de seis parcelas em atraso, incluindo novos débitos gerados após o acordo. Ao ultrapassar esse limite, a Receita Federal pode cancelar automaticamente o parcelamento.

“Esse é o ponto crítico. A Receita entende que o atraso recorrente indica incapacidade de manter os compromissos, o que abre caminho para a exclusão do MEI”, reforça a especialista.

Onde consultar pendências do MEI

Para verificar a situação fiscal, o MEI pode acessar o Portal de Serviços da Receita Federal ou o Portal do Simples Nacional. Nessas plataformas, é possível consultar débitos, emitir guias e solicitar nova negociação.

Há também alternativas digitais que simplificam o processo. Ferramentas de diagnóstico permitem identificar pendências reais do CNPJ e orientar sobre como resolvê-las de forma organizada.

“Quando o MEI acompanha suas obrigações de perto, evita o acúmulo de dívidas e reduz o risco de pagar valores maiores no futuro”, explica Kályta Caetano.

O avanço das notificações mostra que a exclusão do MEI deixou de ser um risco distante. Com prazos definidos e regras claras, a regularização passa a ser um passo decisivo para quem quer manter o negócio formalizado em 2026.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo