Do Micro Ao Macro

Estudo da FGV mostra que apoio consultivo aumenta em 30% a sobrevivência de PMEs

Análise revela também impacto agregado no PIB, geração de empregos e diversificação das atividades empresariais

Estudo da FGV mostra que apoio consultivo aumenta em 30% a sobrevivência de PMEs
Estudo da FGV mostra que apoio consultivo aumenta em 30% a sobrevivência de PMEs
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Um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com o Itaú Empresas, avaliou o impacto do atendimento consultivo sobre micro, pequenas e médias empresas. O levantamento revelou que negócios que recebem esse tipo de apoio têm 30% mais chances de permanecer ativos após cinco anos. Já no primeiro ano, a probabilidade de continuidade aumenta em 8,6%.

O modelo de acompanhamento mostrou efeito direto na diversificação das atividades. Em média, as empresas passaram a registrar 25% mais CNAEs, ampliando a oferta de produtos e serviços. Um exemplo citado foi o de uma padaria que, após orientação especializada, expandiu sua atuação para a fabricação industrial de panificados.

Impacto econômico agregado

A pesquisa identificou também os reflexos indiretos na economia. Em cinco anos, o crédito direcionado às PMEs resultou em R$ 486 bilhões adicionados ao PIB, assegurando mais de 6 milhões de empregos. No mesmo período, foram gerados R$ 227 bilhões em renda para famílias e R$ 156 bilhões em tributos.

Anualmente, o efeito multiplicador do crédito representa R$ 97 bilhões em impacto sobre o PIB, 1,2 milhão de empregos preservados, R$ 45 bilhões em renda e R$ 31 bilhões em arrecadação. Cada R$ 1 concedido gera R$ 1,56 em PIB, proporção superior a referências internacionais.

Inserção internacional

De acordo com a FGV, empresas que recebem apoio consultivo têm 70% mais chance de se tornarem exportadoras e 50% mais chance de se tornarem importadoras. Esse movimento amplia o acesso a insumos, possibilita incorporar novas tecnologias e abrir mercados externos. O professor Daniel da Mata, responsável pelo estudo, afirmou que exportar aumenta eficiência e lucros entre 15% e 25%.

Metodologia aplicada

A análise cruzou dados do Itaú Empresas com quatro bases públicas: Receita Federal, INPI, IBGE e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Foram usadas três abordagens: pareamento 1:1 entre empresas semelhantes, diferenças-em-diferenças e matriz de insumo-produto do IBGE. A base contemplou mais de 1,7 milhão de empresas com faturamento até R$ 60 milhões, entre 2019 e 2024.

“Os resultados demonstram que crédito aliado a consultoria financeira e planejamento estratégico amplia a resiliência das PMEs e contribui para o desenvolvimento econômico”, avaliou Daniel da Mata.

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