Do Micro Ao Macro
Entidade critica a inclusão de plataformas de delivery no Perse
Associação critica decisão judicial que favorece iFood, alegando prejuízos aos bares e restaurantes que ainda enfrentam os impactos da pandemia
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) manifestou insatisfação com a recente decisão judicial que permite ao iFood seguir no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
O programa, aprovado em 2021, foi criado para auxiliar setores gravemente afetados pela pandemia, como eventos e alimentação fora do lar, oferecendo alívio financeiro necessário para sua recuperação.
A Associação considera imoral que uma empresa que prosperou durante a crise agora busque acessar recursos públicos destinados a negócios como bares e restaurantes, que ainda enfrentam dificuldades econômicas.
Durante a pandemia, enquanto estabelecimentos do setor de alimentação sofreram perdas, o iFood registrou aumento significativo em pedidos, ampliando seus lucros.
Empresas em crise enfrentaram desafios maiores
Além dos empresários, os trabalhadores também foram gravemente afetados.
Muitos enfrentaram atraso em pagamentos de rescisões e redução de salários, reflexo da crise enfrentada pelos empregadores. Cerca de 40% dos bares e restaurantes estão atualmente inadimplentes, segundo a Abrasel.
Esses negócios ainda lutam para sobreviver e precisam mais de apoio que grandes empresas que prosperaram no mesmo período.
Impacto negativo na recuperação de pequenas empresas
O Perse tem um limite de R$ 15 bilhões, e a inclusão de grandes plataformas como o iFood compromete o objetivo do programa.
Pequenos e médios negócios de alimentação fora do lar, que são grandes geradores de empregos no Brasil, acabam sendo prejudicados pela destinação dos recursos a empresas que lucraram durante a pandemia.
A Abrasel sugere que o iFood reveja sua posição e decline do uso dos recursos do Perse, fortalecendo sua relação com os bares e restaurantes, principais alvos do programa.
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