Do Micro Ao Macro

Empresas podem reduzir desemprego juvenil com oportunidades reais de trabalho e formação

Quase 18% dos jovens entre 18 e 24 anos seguem desempregados, aponta IBGE; programas de capacitação e contratação formal são alternativas

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Os jovens brasileiros enfrentam dificuldades persistentes para entrar no mercado de trabalho. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2025, 17,8% das pessoas entre 18 e 24 anos estavam desempregadas.

Além disso, 25% permaneciam fora da força de trabalho. Entre adultos de 25 a 54 anos, a taxa foi bem menor, de 7,1%, conforme levantamento da FGV Ibre em parceria com a IDados.

Apesar do desafio, houve um recuo entre os chamados “nem-nem” — jovens que não estudam nem trabalham. O índice passou de 24,1% em 2022 para 21,9% em 2024, com redução mais acentuada entre pessoas pretas e pardas, de acordo com o IBGE.

Inclusão produtiva da juventude

A entrada de jovens no mercado de trabalho é decisiva para a economia e para a renovação das empresas. Eles trazem inovação, domínio de novas tecnologias e diversidade de pensamento. Investir nesse público contribui para equipes mais adaptáveis às transformações do mundo do trabalho.

Programas de capacitação com foco em inclusão produtiva já apresentam resultados. Um exemplo é o Programa Garra, da Bravo em parceria com o Instituto PROA.

A iniciativa combina formação técnica, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e contratação formal em regime CLT. Desde sua criação, já formou e contratou 100 jovens com carteira assinada.

“A ideia é formar profissionais desde a base, com qualidade técnica e preparação comportamental. E mais do que isso: a Bravo decidiu abolir as vagas de estágio para priorizar contratações formais via o Garra. Isso dá ao jovem estabilidade financeira e confiança para, por exemplo, ingressar no ensino superior”, explica Marcos Gimenez, CEO da Bravo e idealizador do programa.

Formação e diversidade

O programa inclui mentorias com executivos, workshops práticos, treinamentos em soft skills e acompanhamento contínuo. Os resultados já aparecem: 70% dos contratados são mulheres, muitas delas negras e moradoras de periferias. Hoje, 65% do quadro da Bravo é composto por mulheres, sendo 70% em cargos de liderança.

“Durante o programa, aprendi como ser uma profissional confiante e segura, a comunicar o que quero e acredito, e a lidar com situações de pressão no ambiente de trabalho. Ganhei ferramentas que carrego até hoje, tanto no lado pessoal quanto na minha forma de trabalhar”, relata Laryssa Pereira de Jesus, 21 anos, auxiliar de marketing da Bravo.

Emprego formal

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego e do CIEE indicam que 40% dos jovens brasileiros atuam na informalidade. O Garra se destaca por garantir 100% de contratações formais, assegurando carteira assinada, férias, 13º salário e benefícios.

“Quando falamos de transformação social real, não dá para ficar só no discurso. A juventude tem sede de oportunidade, e cabe ao setor privado também assumir esse papel de ponte para o futuro”, afirma Gimenez.

Caminhos para ampliar oportunidades

As empresas podem adotar medidas para enfrentar o desemprego juvenil:

  • Valorizar o potencial, não apenas a experiência;

  • Criar programas internos de formação, como academias corporativas e mentorias;

  • Oferecer ambientes inclusivos e flexíveis;

  • Estabelecer parcerias com instituições de ensino;

  • Comunicar propósito e impacto social.

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