Do Micro Ao Macro

Empresas brasileiras enfrentam desafios para sobreviver além de dois anos

Levantamento do Asaas aponta que apenas 56% das empresas continuam ativas após dois anos, com MEIs entre as mais impactadas

Empresas brasileiras enfrentam desafios para sobreviver além de dois anos
Empresas brasileiras enfrentam desafios para sobreviver além de dois anos
Empresas agora podem ser abertas em menos de um dia, facilitando o empreendedorismo
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Uma análise recente da fintech Asaas mostra que mais da metade das empresas brasileiras não ultrapassa dois anos de operação. Segundo o estudo, 79% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) encerram as atividades nesse período.

Os dados, que refletem informações do Mapa de Empresas e da Receita Federal, apontam que apenas 56% das empresas limitadas conseguem se manter entre 12 e 34 meses. Esse cenário indica uma fragilidade no ambiente de negócios para pequenas empresas no país.

A fintech baseou sua análise no Mapa de Empresas, publicado pelo Governo Federal no último quadrimestre de 2023. Em seguida, os dados foram complementados com informações da Receita Federal.

O levantamento abrange desde o primeiro CNPJ registrado no Brasil até os mais recentes, revelando padrões de sobrevivência. Além disso, a pesquisa traça o desempenho das empresas por porte, região e setor.

MEIs e microempresas lideram encerramentos

No levantamento de 2023, os MEIs apareceram como o grupo mais vulnerável. Cerca de 79% desses empreendedores fecharam as portas nos primeiros dois anos de atividade.

As microempresas também enfrentam dificuldades. Elas representaram 18% dos encerramentos, mostrando uma alta taxa de insucesso.

A distribuição geográfica das falências também chama atenção. A região Sudeste concentrou 50% das falências, seguida pelo Sul, com 19%, e o Nordeste, com 17%.

Impacto das taxas de juros

De acordo com Piero Contezini, cofundador e presidente do Asaas, o cenário econômico agrava essas dificuldades. Para ele, as altas taxas de juros intensificam os obstáculos para PMEs.

“Com a Selic elevada, o acesso ao crédito se torna um desafio, especialmente para os MEIs. Isso afeta não só o consumo, como eleva a taxa de falência”, explica Contezini.

Tecnologia e gestão financeira

Diante desse contexto, Contezini defende que a adoção de soluções de gestão financeira pode ajudar as empresas a enfrentar esses desafios. Segundo a análise do Asaas, a taxa de sobrevivência entre empresas que utilizam tecnologias financeiras da fintech alcançou 78% entre 12 e 34 meses de operação.

Ele acrescenta que “a implementação de soluções de gestão financeira, como a automação, é um caminho a ser explorado.” Segundo ele, a automação reduz erros e permite que os gestores se concentrem mais no planejamento.

Antes da automação, por exemplo, um funcionário gastava cerca de 18 dias por mês no processo de cobrança. Hoje, segundo Contezini, esse tempo pode ser reduzido para apenas cinco minutos por dia.

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