Do Micro Ao Macro

Empresa antecipa regra do governo e adota ações práticas para saúde mental no trabalho

Companhia investe há quase dez anos em bem-estar, com apoio psicológico, atividades físicas e integração entre equipes

Empresa antecipa regra do governo e adota ações práticas para saúde mental no trabalho
Empresa antecipa regra do governo e adota ações práticas para saúde mental no trabalho
O CEO Foundever no Brasil, Laurent Delache, nas bikes ergométricas instaladas nos corredores da empresa para reuniões, como parte do programa de bem-estar “Ever Better” - Divulgação
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A partir deste mês, companhias brasileiras devem seguir nova diretriz do Ministério do Trabalho e Emprego para avaliar os riscos à saúde mental no ambiente de trabalho.

A regra está prevista na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) e entra em vigor de forma orientativa.

Ela recomenda que as empresas façam diagnósticos periódicos sobre fatores que afetam o bem-estar psicológico dos trabalhadores.

A proposta é prevenir quadros de exaustão e outros impactos emocionais ligados à rotina profissional.

Mesmo antes da medida, algumas organizações já desenvolvem programas estruturados com foco nesse tema.

É o caso da Foundever, multinacional de contact center que atua no Brasil com mais de 1 milhão de atendimentos mensais.

Programa “Ever Better” inclui terapia, massagem e atividades físicas

A Foundever criou há anos o programa interno “Ever Better”, que inclui uma série de ações integradas para a promoção do bem-estar.

Entre as iniciativas estão o acesso a terapias ilimitadas, rodas de conversa sobre prevenção ao suicídio e combate ao assédio, e assistência social contínua.

Também fazem parte do programa bikes ergométricas instaladas nos corredores, utilizadas até em reuniões entre lideranças.

O CEO da empresa no Brasil, Laurent Delache, costuma conduzir encontros com gestores enquanto pedala.

Outras medidas incluem política pet friendly, sala de jogos, sexta-feira temática e atividades físicas fora do expediente.

Bem-estar vai além do ambiente físico

O programa busca criar conexões entre os funcionários.

A empresa promove iniciativas como o Ever Voice, uma espécie de show de talentos com etapas presenciais e remotas.

Além disso, a Foundever oferece massagem na própria estação de trabalho.

Profissionais com deficiência visual circulam diariamente pelos setores para aplicar técnicas de relaxamento durante o expediente.

Já a sala de jogos conta com mesa de sinuca, videogames, TV e espaço de descanso.

Nas sextas-feiras, a proposta é promover interação com atividades temáticas que envolvem toda a equipe.

Caminhadas, vestibular e apoio educacional reforçam o engajamento

A companhia organiza trilhas e caminhadas fora do expediente com o objetivo de estimular a prática de exercícios físicos em grupo.

Outro destaque é o projeto Vestibulever, que oferece aulas preparatórias gratuitas para o Enem.

Funcionários e refugiados são beneficiados.

O projeto já ajudou alguns participantes a ingressarem em universidades brasileiras.

A ação faz parte da estratégia da empresa para retenção de talentos e inclusão de minorias.

Perfil jovem e feminino marca o setor de contact center

O setor de atendimento ao consumidor tem alta rotatividade e grande concentração de jovens.

Segundo dados da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), mais de 60% dos trabalhadores têm entre 18 e 29 anos.

Além disso, cerca de 70% são mulheres, metade delas negras ou pardas.

A Foundever afirma que as condições emocionais desse grupo merecem atenção constante.

Inteligência artificial ajuda a reduzir sobrecarga

De acordo com Laurent Delache, o uso de inteligência artificial na operação do contact center tem reduzido a sobrecarga dos funcionários.

A tecnologia automatiza partes do atendimento e contribui para tornar os processos mais ágeis e menos estressantes.

“É necessário desafogar a pressão emocional imposta pela rotina. Monitorar bem-estar, produtividade e assédio deve ser prática constante”, afirma Delache.

Liderança engajada em diversidade e acolhimento

Delache vive no Brasil há mais de 30 anos.

Antes de assumir a liderança da operação brasileira da Foundever, atuou em diferentes funções e contextos multiculturais.

Sua experiência com imigração e serviço militar na embaixada francesa influenciou o posicionamento da empresa.

Hoje, a companhia é líder na contratação de refugiados.

Já são quase 700 trabalhadores vindos de outros países integrados às equipes da Foundever no Brasil.

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