Do Micro Ao Macro
Empreendedor do futuro usa IA para assumir o papel de CFO no próprio negócio
Para especialista, avanço da inteligência artificial permite que fundadores controlem finanças com precisão, agilidade e acesso facilitado a crédito
O avanço da inteligência artificial está mudando a forma como pequenos empreendedores e startups administram suas finanças. Segundo Alan Oliveira, mentor de startups e especialista em gestão para o empreendedorismo, a IA agentica inaugura uma nova era para quem está começando um negócio.
Ferramentas digitais já permitem que fundadores monitorem fluxo de caixa, revisem orçamentos, projetem cenários e até liberem crédito, tudo em tempo real e sem a necessidade de um time financeiro robusto. “Hoje, o empreendedor pode operar com a precisão de um CFO, apenas com comandos simples”, afirma Alan, que integrou as equipes das startups Contabilizei e Unico, duas das mais recentes unicórnios do país.
Inteligência artificial muda o perfil do empreendedor
A nova geração de empreendedores já não precisa dominar planilhas ou contratar especialistas logo no início. Com a IA, tarefas como controle contábil, conformidade regulatória e análise de crédito são assumidas por bots.
Segundo Alan Oliveira, isso libera tempo e energia para decisões estratégicas. “A IA não apenas automatiza, ela permite uma gestão preditiva, com base em cenários futuros simulados com precisão”, diz.
A consequência é a criação de empreendedores mais leves, rápidos e focados no que realmente importa para o negócio: produto, cliente e crescimento.
Acesso a crédito passa por transformação com IA
Outra mudança significativa ocorre no financiamento. Modelos tradicionais de crédito, baseados em garantias e histórico bancário, estão sendo substituídos por análises de comportamento, contexto e potencial de crescimento.
Esse novo modelo permite que negócios antes ignorados por bancos e financeiras acessem crédito em minutos, sem burocracia. Com isso, o mercado se torna mais competitivo e dinâmico.
Finanças automatizadas exigem visão crítica do empreendedor
Apesar da automação, Alan alerta que a liderança permanece insubstituível. “A máquina executa, mas a análise e as decisões continuam sendo humanas. O piloto segue no comando”, afirma.
Mesmo com sistemas preditivos e relatórios automáticos, cabe ao empreendedor interpretar dados, tomar decisões difíceis e ajustar rotas.
Mercado de serviços financeiros também terá de se adaptar
Para atender esse novo perfil de cliente, as soluções financeiras precisarão ir além de relatórios prontos. O diferencial estará na capacidade de leitura de mercado e na entrega de análises inteligentes.
Com a operação cada vez mais automatizada, o valor do serviço estará na antecipação de tendências, no suporte estratégico e na oferta de ferramentas que ajudem o empreendedor a tomar decisões com mais rapidez.
“O empreendedor do futuro será seu próprio CFO”, diz Alan. “Mas estará cercado de sistemas inteligentes, tecnologia preditiva e novas formas de gerir um negócio. Para vender para ele, será preciso mais do que um produto: será preciso entregar visão.”
Do Micro ao Macro
A editoria de empreendedorismo de CartaCapital
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.