Do Micro Ao Macro

Crescimento no setor de suplementos impulsiona fusões e aquisições no Brasil

Estudo aponta mais de 20 transações entre 2023 e 2025, com participação de fundos e grandes farmacêuticas

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O mercado de vitaminas, suplementos e fórmulas de nutrição clínica vive um momento de consolidação no Brasil. Entre março de 2023 e abril de 2025, foram registradas ao menos 20 operações de fusões e aquisições (M&A) envolvendo empresas do setor. Os dados constam em um levantamento realizado pela Redirection International, consultoria especializada em M&A.

Segundo o estudo, o crescimento do setor é impulsionado por três fatores: envelhecimento da população, mudanças no comportamento do consumidor e avanços regulatórios. Dados do Ministério da Saúde indicam que 59% dos lares brasileiros têm pelo menos uma pessoa que consome suplementos regularmente.

O mercado de produtos nutricionais movimenta cerca de 10 bilhões de reais no país. Em 2024, o crescimento foi de 8%, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri).

Marcas atraem investidores

De acordo com Adam Patterson, sócio da Redirection e um dos responsáveis pelo levantamento, o mercado brasileiro de suplementos tem despertado o interesse de compradores estratégicos e fundos de investimento.

“Há um foco especial em marcas com posicionamento direto ao consumidor, alimentos funcionais e produtos com apelo de bem-estar”, afirma o economista.

As operações recentes incluem aquisições totais, como a compra da Dr. Peanut pela Supley, e a aquisição da Prodiet pela Nutrisens, da França. O estudo também destaca aportes minoritários relevantes, como os realizados pela XP Private Equity na DUX e pela Tarpon na True Source. Em comum, as transações miram marcas com margens elevadas, presença digital e sinergias com canais já existentes.

“Esses negócios combinam potencial de crescimento com escalabilidade, mesmo em um cenário macroeconômico desafiador”, avalia Patterson.

Multinacionais ampliam atuação no país

O perfil dos compradores revela diversidade nas estratégias. Participam do movimento farmacêuticas nacionais como EMS, Eurofarma e Raia Drogasil, além de multinacionais como Nutrisens e BAT. Também integram o grupo fundos como Vinci, XP e Tarpon. Consolidadoras digitais, como a Merama, seguem ativas, como na aquisição da Growth Supplements.

As empresas-alvo são, em sua maioria, brasileiras e emergentes. Elas atuam com foco em suplementos de nicho, produtos plant-based, nutrição personalizada e soluções de lifestyle.

Foco em cuidado integrado

Outro destaque do estudo é o canal institucional. Esse segmento – que abrange hospitais, clínicas e redes de saúde pública e privada – tem sido estratégico na distribuição de produtos nutricionais e medicamentos. Desde 2021, o crescimento médio anual no canal hospitalar é de 18%.

A tendência é impulsionada pela busca por soluções integradas de cuidado e nutrição. A Nunesfarma Nesh, com sede em Curitiba, é uma das empresas que apostam nesse caminho.

“Optamos desde o início pelo mercado institucional e hoje crescemos mais que o dobro do setor, com foco em medicamentos e nutrição clínica”, afirma Fernando Cesar da Silva, CEO da farmacêutica.

Segundo ele, a empresa comemora 45 anos em 2025 com novos produtos em fase de aprovação na Anvisa. “Nosso pipeline acompanha as demandas atuais do mercado, com foco em escala, saúde pública e inovação clínica”, explica.

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