Crédito acessível ajuda empreendedores gaúchos a retomarem seus negócios

Poucos meses após a criação do Fundo Estímulo Retomada RS, empreendedores no estado do Rio Grande do Sul já começaram a recuperar seus negócios. O fundo foi criado para apoiar empresas impactadas por desastres climáticos e combina crédito acessível com capacitação gratuita.

Até agora, o programa já desembolsou mais de R$ 4,8 milhões. A meta é beneficiar mais de 3 mil empresas e proteger cerca de 30 mil empregos. Além disso, ainda há aproximadamente R$ 30 milhões disponíveis para ajudar negócios afetados na região.

Um exemplo é Gilberto Signori, dono da Bella Citta, uma empresa de paisagismo em Caxias do Sul. A loja enfrentou grandes problemas após as chuvas, que danificaram o telhado e interromperam o acesso a clientes em cidades próximas por quase 90 dias.

Com o apoio financeiro de R$ 17 mil, intermediado pelo Sebrae, Gilberto conseguiu reparar o telhado. Além disso, ele organizou o fluxo de caixa para garantir o pagamento de salários e contas enquanto sua loja se recupera.

Impactos indiretos e ações para recuperação

Outros empreendedores, como Cláudia e Leandro, também foram impactados, mesmo que indiretamente. O casal é proprietário de uma clínica estética no estado, que sofreu com a redução no fluxo de clientes durante a crise.

Com a chegada do verão, eles observam uma retomada gradual, mas ainda enfrentam desafios para manter a agenda cheia. Para evitar demissões e fortalecer o capital de giro, eles obtiveram R$ 50 mil do Fundo Estímulo Retomada RS.

O valor está sendo usado para garantir o pagamento da folha salarial até o final do ano, quitar boletos acumulados e comprar produtos à vista. Essa última estratégia permite que eles aproveitem melhores preços e reduzam custos.

Além disso, a clínica mantém uma ação social. Eles arrecadam alimentos para uma entidade que apoia pessoas com câncer e incentivam os clientes a contribuir, oferecendo vales de desconto como agradecimento pelas doações.

Inovação e novos projetos impulsionados 

Paulo Bigolin, empresário do setor de gestão sustentável, é outro beneficiado pelo programa. Apesar de seu escritório não ter sido diretamente afetado pelas chuvas, ele perdeu contratos importantes nos últimos meses.

Com o crédito de R$ 48 mil obtido pelo fundo, Paulo está investindo no desenvolvimento de um software que facilita o inventário de emissões de CO2. Essa ferramenta permitirá que os clientes tenham mais clareza sobre o impacto ambiental de suas atividades.

Além disso, Paulo está em processo de criação de uma ONG em São Paulo para projetos de sustentabilidade. Ele também planeja expandir sua atuação com soluções tecnológicas para o mercado nacional.

Condições para obter crédito 

Para facilitar o acesso, o fundo oferece crédito com condições atrativas. Não há necessidade de garantias, e a taxa de juros média é de 1% ao mês.

O prazo de carência é de sete meses para começar a pagar, e as parcelas podem ser divididas em até 36 vezes. Além disso, o programa oferece capacitação gratuita, com cursos e mentorias para ajudar os empreendedores.

Para solicitar o crédito, o empreendedor precisa ter um negócio registrado no Rio Grande do Sul, com CNPJ ativo há pelo menos dois anos. É necessário também ter um faturamento mensal entre R$ 10 mil e R$ 400 mil e um bom histórico de crédito. O pedido deve ser feito pelo site do Estímulo, em nome do proprietário ou de um dos sócios da empresa.

Sobre o Fundo 

Criado em 2020, o Estímulo é o maior fundo de apoio ao pequeno empreendedor no Brasil. Ele oferece crédito online sem garantias, capacitação personalizada e conexões com parceiros estratégicos.

Desde sua criação, o fundo já destinou quase R$ 300 milhões para apoiar 4 mil pequenos negócios em todo o país. A maioria das empresas apoiadas está em regiões de baixa renda, e muitas são lideradas por mulheres.

O Estímulo também desenvolve programas focados em sustentabilidade e impacto social. Um de seus objetivos é fortalecer pequenos negócios, impulsionar a economia local e criar oportunidades que beneficiem empreendedores e suas comunidades.

Além disso, o fundo foi reconhecido por organizações como a Forbes e foi finalista de prêmios de impacto social. Seus projetos mostram como o empreendedorismo pode ser uma ferramenta para transformar economias e gerar novas oportunidades no Brasil.