Do Micro Ao Macro

Corte menor da Selic é ruim para pequenas empresas, diz Sebrae

Taxa básica de juros está agora em 10,5% ao ano. Custo do crédito se mantém alto para os micro e pequenos empresários

Foto: Banco Central/Divulgação
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O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) reclamou do corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), anunciado no início da noite desta quarta-feira (8) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), afirmando que o juros altos dificultam a tomada de crédito pelas pequenas empresas.

A decisão do Copom quebra o ciclo de recuos consecutivos de 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa chega ao nível de 10,5% ao ano – em agosto de 2023, o índice era de 13,75%.

“O Sebrae avalia que, apesar da redução, a medida não beneficia as pequenas empresas, pois o crédito para esse público chega a quase 40% ao ano, impossibilitando a tomada de novos empréstimos. Ainda é um valor muito elevado. Entendemos que o Banco Central está preocupado com o cenário externo mais delicado e talvez com as contas públicas, mas não há motivo para retrocesso. O acesso a crédito é fundamental para impulsionar o nosso país, fazer a economia crescer e alavancarmos com mais velocidade a criação de empregos”, avafirmou o presidente do Sebrae, Décio Lima.

Lima ressaltou a importância do Acredita, programa lançado recentemente pelo governo federal com foco nos pequenos negócios e da qual o Sebrae faz parte por meio do Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas (Fampe) e da plataforma Crédito Consciente, que vai orientar empreendedores na tomada de crédito. O Sebrae entrará como avalista de até 80% da garantia do valor total do empréstimo via Fampe.

“Aportamos R$ 2 bilhões no fundo, garantindo R$ 30 bilhões de crédito para os pequenos negócios em todo o país nos próximos três anos. É a maior carteira de crédito do país para os nossos pequenos empreendedores. É um somatório de atividades que vão impulsionar essa área que nós representamos e que foi responsável por 80% dos empregos formais em 2023”, seguiu Lima. “Estamos abrindo a porta das instituições financeiras para este público”, finalizou.

Desde que começou o atual ciclo de reduções, em agosto de 2023, cada corte havia sido de 0,50 ponto.

Desta vez, votaram por diminuir a Selic em 0,25 ponto:
Roberto Campos Neto (presidente);
Carolina de Assis Barros;
Diogo Abry Guillen;
Otávio Ribeiro Damaso; e
Renato Dias de Brito Gomes.

Outros quatro diretores defenderam um corte de 0,50 ponto:
Ailton de Aquino Santos;
Gabrie Galípolo;
Paulo Picchetti e
Rodrigo Alves Teixeira.

Os quatro integrantes que votaram pela queda de 0,50 foram indicados ao Banco Central pelo presidente Lula (PT).

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