Do Micro Ao Macro
COP30: Pacto Global leva ações empresariais que aceleram a economia verde
Rede apresenta na COP30 projetos que conectam empresas, governos e sociedade para fortalecer a transição climática e a sustentabilidade corporativa
A COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro, chega com uma programação voltada à aceleração da transição para uma economia verde e resiliente.
A iniciativa do Pacto Global da ONU – Rede Brasil chega à que representa a maior rede corporativa de sustentabilidade do mundo, busca engajar empresas, governos e sociedade civil em torno de compromissos concretos pela ação climática.
Desde o lançamento do programa “Pacto Rumo à COP30”, em junho de 2024, a Rede Brasileira vem mobilizando 487 empresas e oito parceiros institucionais, reunidos em 10 projetos e quatro movimentos estratégicos. O portfólio do programa integra as agendas de clima, direitos humanos, trabalho decente, meio ambiente e anticorrupção, alinhadas aos 10 Princípios Universais da ONU.
“O que levamos à COP30 é a prova de que a ação coletiva empresarial pode gerar impacto mensurável. Quando o setor privado se une com base na ciência, na transparência e na justiça climática, o resultado é transformação sistêmica e novos modelos de economia”, afirma Guilherme Xavier, diretor executivo do Pacto Global da ONU – Rede Brasil.
Programação da COP30 por eixos temáticos
As ações do Pacto Global na COP30 estão divididas em três eixos temáticos e serão realizadas entre os dias 11 e 13 de novembro, na Greenzone, em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT).
No eixo “Construção de Resiliência em Cidades, Infraestrutura e Água”, com foco em água, oceanos e resíduos, o destaque será o lançamento do Guia Empresarial de Combate ao Lixo no Mar, do Programa Blue Keepers, que atua na prevenção da poluição marinha e na gestão sustentável de resíduos. A publicação reúne experiências e práticas de empresas como Aegea, Porto do Açu, Santos Brasil, OceanPact e Heineken, e contará com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente e de organizações da sociedade civil.
Ainda nesse eixo, será apresentado o protótipo itinerante do projeto ReInova, desenvolvido em parceria com Coca-Cola Femsa, Unilever e Alpargatas, com consultoria da Questtonó. A iniciativa promove soluções de economia circular e inovação em embalagens, conectando empresas e comunidades para reduzir resíduos. Um videodocumentário mostrará o processo de criação e implementação do projeto, seguido de debate entre as companhias envolvidas.
O mesmo painel reunirá as novas Embaixadoras dos Movimentos +Água e Conexão Circular, com representantes da Aegea, Coca-Cola Brasil, Ypê, Santos Brasil e C&A, que discutirão a interdependência entre recursos hídricos e economia circular.
Agricultura e sistemas alimentares
No dia 12, o eixo “Transformação da Agricultura e Sistemas Alimentares” trará o lançamento do Guia de Agricultura Regenerativa, que orienta empresas e produtores sobre práticas agrícolas de baixo carbono e regenerativas dos ecossistemas. Também será apresentado o posicionamento Diálogos Entre Solos, com propostas para transformação dos sistemas alimentares.
Haverá ainda debate sobre o Movimento Impacto Amazônia, centrado no financiamento da bioeconomia e na valorização da floresta em pé. Participam empresas como Axia Energia, Nestlé, Bayer, Amaggi, Mosaic e Yara, que vão compartilhar experiências de integração entre produção sustentável e preservação ambiental.
Inovação e descarbonização
O terceiro eixo, “Mitigação Climática e Inovação”, será apresentado no dia 13, dentro da programação “Do Papel à Prática: Da Ambição à Ação Climática Empresarial”. O foco estará na descarbonização da indústria e do transporte comercial rodoviário.
Durante o evento, serão divulgados os resultados do Movimento Ambição Net Zero, que reúne mais de 130 empresas comprometidas com a redução de emissões de gases de efeito estufa e o engajamento de suas cadeias de valor. Estão confirmadas participações de empresas como Natura, Axia Energia e C6 Bank, além de representantes internacionais.
Na mesma ocasião, será lançado um relatório inédito liderado pela Scania, produzido pelo HUB Biocombustíveis e Elétricos em parceria com a CNT, com o envolvimento de mais de 80 empresas dos setores de logística, energia, infraestrutura e tecnologia, que juntas representam cerca de 15% do PIB nacional. O documento apresenta um roadmap de descarbonização do transporte de carga pesada, com metas de Net Zero até 2050 e ações práticas de transição energética.
COP30
Ações paralelas na COP30
Além das apresentações na Greenzone, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil realizará outras atividades durante a COP30. No dia 16, promoverá uma visita imersiva à Ilha do Combú, no rio Guamá, próxima ao centro de Belém. A proposta é oferecer uma experiência de conexão com a Amazônia, com participação das comunidades locais e exemplos de práticas sustentáveis.
No dia 17, ocorrerá o lançamento do HUB Natureza e Clima, iniciativa colaborativa que integra soluções baseadas na natureza às estratégias empresariais. O projeto é desenvolvido em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e apoiado por Aegea, Coca-Cola e Globo, oferecendo capacitações e ferramentas alinhadas à ciência e aos objetivos da Science Based Targets Network (SBTN).
O evento contará com presenças como Princesa Abze Djigma, Thelma Krug, Tamara Klink, Ernesto Paglia, Vanda Witoto e Laura Yawanawa.
No espaço da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), no dia 17, será apresentado o Relatório Executivo do Programa Pacto Rumo à COP30, que reúne as principais entregas e compromissos das empresas participantes. Na ocasião, também será lançado o Caderno Empresarial de Justiça Climática para o setor AFOLU, com diretrizes inéditas para cadeias de valor livres de desmatamento, além do pré-lançamento do Manual de Comunicação em Sustentabilidade, produzido com o Conar.
Participação internacional na COP30
O Pacto Global da ONU – Rede Brasil também marcará presença na Blue Zone, nos pavilhões da OIT, United Nations Global Compact, Finlândia, Portugal, Brasil e UNFCCC, participando de debates sobre justiça climática, finanças sustentáveis, mitigação e adaptação corporativa.
“Nosso objetivo é mostrar que o compromisso corporativo pode se traduzir em impacto real. A COP30 é uma oportunidade para fortalecer a colaboração entre empresas, governos e sociedade civil, consolidando um legado duradouro de transformação empresarial”, afirma Mônica Gregori, diretora de Impacto do Pacto Global da ONU – Rede Brasil.
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