Do Micro Ao Macro
Consumo deve crescer em bares e restaurantes com alta na confiança do consumidor
Setor se prepara para aumento no movimento com novo crédito via FGTS e feriados prolongados


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado pela Fundação Getulio Vargas, subiu 0,7 ponto em março e atingiu 84,3 pontos. Essa é a primeira alta após três meses consecutivos de queda.
O resultado sinaliza possível retomada no consumo, especialmente nos serviços de alimentação fora do lar.
O setor de bares e restaurantes avalia que esse cenário pode impulsionar o fluxo de clientes. A expectativa é que fatores conjunturais contribuam para esse aumento, incluindo a nova modalidade de crédito consignado com garantia do FGTS. A medida pode injetar até R$ 100 bilhões na economia nos primeiros meses, segundo estimativa do Ministério do Trabalho.
Além do crédito, outros estímulos são considerados. A desaceleração da inflação e o calendário com dois feriados prolongados em abril — Semana Santa e Tiradentes — devem favorecer o aumento de vendas nos estabelecimentos.
De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o primeiro semestre costuma concentrar datas importantes para o faturamento do setor.
Datas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados são tradicionalmente associadas a alta demanda por serviços de alimentação fora do lar.
Nesse contexto, a melhora no humor do consumidor pode representar avanço para os empresários do setor. Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, as condições são propícias.
“Temos boa expectativa com a melhora na confiança do consumidor e esperamos um aumento nas vendas. A ampliação do crédito também abre novas oportunidades para os empreendedores investirem e expandirem seus negócios”, afirmou.
Com esse cenário, os bares e restaurantes iniciam o segundo trimestre atentos aos sinais da economia e aos movimentos do consumidor.
O setor se organiza para aproveitar o momento e ampliar sua presença nas datas mais relevantes do calendário comercial.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.