Do Micro Ao Macro

Como o aluguel e os índices de reajuste foram definidos no mercado em 2025

Levantamento mostra como o aluguel se distribuiu em 2025, quais índices orientaram reajustes e como Estados adotaram estratégias diferentes

Como o aluguel e os índices de reajuste foram definidos no mercado em 2025
Como o aluguel e os índices de reajuste foram definidos no mercado em 2025
Créditos: Divulgação/Diogo Moreira/MáquinaCW/Governo do estado de São Paulo
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O mercado de aluguel residencial em 2025 revela comportamentos econômicos, hábitos de moradia e escolhas regionais que ajudam a explicar como brasileiros definem contratos e reajustes.

O levantamento, construído a partir de aproximadamente 9.000 contratos firmados ao longo do ano, mostra um valor médio de R$ 3.120,00, reforçando a predominância de imóveis voltados para a classe média e média alta.

O valor médio do aluguel

A análise indica que 44% dos contratos se concentram na faixa entre R$ 1.501 e R$ 3.000, mostrando que imóveis intermediários seguem como o principal motor do mercado. Já os contratos com aluguel até R$ 1.500 representam 11% da amostra, sinalizando baixa presença de unidades mais acessíveis.

No segmento premium, 12% dos contratos registram valores acima de R$ 5.000, participação relevante, mas sem dominar o cenário. A distribuição reforça um mercado mais voltado para faixas intermediárias do que para extremos de preço.

valor médio do aluguel Fonte: 99Contratos

Índices que orientaram os reajustes

O IGP-M ainda aparece como principal indexador do aluguel, presente em 54,9% dos contratos. O índice, que tradicionalmente liderou o mercado, perdeu espaço após episódios de grande volatilidade nos últimos anos. Em novembro de 2025, o IGP-M acumulava -0,11% em 12 meses, cenário que motivou parte dos proprietários a testar indexadores alternativos.

O IPCA, usado em 31,9% dos contratos, atraiu mais adesão por ser menos sujeito a oscilações abruptas. Já o IVAR, criado pela FGV para refletir de forma mais direta o comportamento dos aluguéis residenciais, aparece em 11% dos contratos, consolidando-se como opção setorial. O INPC registrou presença residual, com 2,2%.

Esses movimentos indicam uma transição em busca de previsibilidade, com maior equilíbrio entre risco, variação de preços e capacidade de pagamento.

Geopolítica do aluguel

A análise regional destaca os três Estados mais presentes na amostra — São Paulo, Minas Gerais e Paraná — revelando como diferenças locais influenciam contratos e reajustes.

São Paulo (SP)
O Estado reúne o maior número de contratos da pesquisa. Na capital, onde valores são mais elevados, há forte adesão ao IPCA e ao IVAR, que juntos respondem por cerca de 40% das escolhas. A preferência indica uma tentativa de reduzir oscilações bruscas no reajuste do aluguel.

Minas Gerais (MG)
Os contratos mineiros se concentram na faixa intermediária de valores. O IGP-M segue predominante, reflexo de tradição local e menor pressão para mudança de indexador.

Paraná (PR)
O Paraná apresenta a distribuição mais equilibrada entre IGP-M, IPCA e IVAR. A diversidade sugere um ambiente de negociação mais aberto e competitivo, no qual locadores e locatários discutem com mais frequência o índice ideal para o contrato.

No encerramento da análise, o estudo aponta que o aluguel residencial em 2025 foi marcado por um mercado de classe média e por uma reorganização dos indexadores tradicionais, com IPCA e IVAR ganhando espaço diante da busca por reajustes mais estáveis.

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