Do Micro Ao Macro
Com Selic em 15%, veja 4 erros que levam microempreendedores ao endividamento
Presidente da Conaje alerta para falhas comuns em tempos de crédito caro e explica como evitar riscos financeiros


A manutenção da Selic em 15% e projeção do mercado de que os juros fecharão 2025 neste patamar, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (20), mantém o crédito em um dos patamares mais caros dos últimos anos.
Diante desse problema, a gestão financeira torna-se decisiva para a sobrevivência das micro e pequenas empresas, que representam 93,8% dos negócios ativos no país, segundo o Mapa de Empresas do governo federal.
Entre abril e agosto de 2025, o Brasil registrou 1,6 milhão de novas empresas, mas 942 mil encerraram as atividades no mesmo período. Para Fábio Saraiva, advogado e presidente da Conaje (Confederação Nacional de Jovens Empresários), o alto custo do crédito exige que o empreendedor evite decisões impulsivas e erros de gestão que ampliam o risco de endividamento.
1. Assumir dívidas sem planejamento
Contratar crédito sem avaliar prazos e condições pode comprometer o caixa rapidamente. Saraiva destaca que o descontrole nas parcelas gera um efeito bola de neve, dificultando o pagamento de fornecedores e funcionários.
2. Não comparar opções de crédito
Aceitar a primeira proposta oferecida pelo banco é um erro comum. Diferentes instituições financeiras apresentam taxas, garantias e exigências variadas. Pesquisar e simular cenários ajuda a encontrar a melhor relação entre custo e prazo.
3. Usar financiamento de longo prazo para despesas de curto prazo
Empreendedores que recorrem a empréstimos longos para cobrir gastos imediatos acabam comprometendo o fluxo de caixa futuro. A prática enfraquece a saúde financeira do negócio e limita a capacidade de investimento.
4. Misturar contas pessoais e empresariais
Manter despesas pessoais dentro da conta da empresa é uma das principais causas de desorganização financeira. Além de dificultar o controle de entradas e saídas, essa confusão pode levar à perda de capital de giro e aumento de dívidas.
Segundo Saraiva, corrigir esses erros é tão importante quanto conseguir crédito. “Muitas vezes, evitar um mau contrato já representa a diferença entre fechar o mês no vermelho ou manter a empresa saudável”, afirma.
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