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Com COP30, pequenos negócios no Pará unem comunidades e sustentabilidade

Empreendedores locais mostram como parcerias geram renda e ajudam a preservar a Amazônia

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Com o aumento da preocupação com as mudanças climáticas, os negócios precisam adotar práticas sustentáveis. No Pará, pequenos empreendedores, apoiados pelo Sebrae, estão construindo relações justas com comunidades locais. Essas parcerias não só geram renda, mas também ajudam a preservar a Amazônia.

“Na Amazônia, o futuro se constrói aproveitando os recursos da floresta. Nossa missão é capacitar empreendedores a unir sabedoria tradicional e inovação”, afirma Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae/PA. Ele destaca que a sustentabilidade já faz parte da essência desses negócios, mas os empreendedores buscam capacitação constante. “Relações justas com as comunidades fortalecem todos os envolvidos e agregam valor aos produtos”, completa.

Nunghara Biojoias: arte e sustentabilidade

A Nunghara Biojoias é um exemplo. A marca produz colares, brincos e pulseiras com sementes e insumos naturais extraídos de forma sustentável. Os materiais são adquiridos diretamente de comunidades da Floresta Nacional do Tapajós e de famílias da região. “As parcerias, principalmente com mulheres, me ajudam a identificar sementes pouco utilizadas, mas que representam nossa identidade indígena”, diz Natashia Santana, CEO da Nunghara.

A marca está criando uma nova coleção para a COP 30, com apoio do Sebrae/PA. Além disso, a Nunghara planeja realizar oficinas para ensinar a arte das biojoias a mulheres das comunidades. “Queremos gerar renda e incentivar a criação de peças exclusivas”, explica Natashia. Para ela, a missão é levar a força da mulher amazônida para o mercado da moda sustentável.

Madame Floresta: moda autoral com fibras vegetais

Outro exemplo é a Madame Floresta, marca que usa fibras vegetais em suas peças. A empresa compra insumos como escamas de peixe, semente de açaí e fibra de miriti de comunidades locais. “Esses materiais são usados para botões e detalhes que deixam as peças mais bonitas”, explica Graça Arruda, criadora da marca.

A Madame Floresta integra a Cápsula do Marajó, projeto do Sebrae/PA que reúne mais de 10 marcas locais. “A ideia é que andemos sempre juntas, fortalecendo umas às outras”, diz Graça. A marca também se preocupa com a sustentabilidade em todas as etapas, atendendo à demanda de consumidores conscientes.

Deveras Amazônia: produtos que valorizam a floresta

A Deveras Amazônia produz geleias, conservas e licores com frutos e ervas nativas da Amazônia. A marca une conhecimento científico e tradicional, gerando renda e visibilidade para pequenos produtores locais. “Apoiamos 11 cadeias produtivas e 24 produtores, sendo 68% mulheres da agricultura familiar”, detalha Valéria Moura, bióloga e cofundadora da marca.

A empresa monitora seu impacto, beneficiando diretamente 107 pessoas e apoiando a conservação de 800 hectares de floresta. “Nosso objetivo é promover a sociobiodiversidade amazônica”, afirma Valéria.

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