Do Micro Ao Macro
Com 4 em cada 10 pessoas devendo no Brasil, como reduzir a inadimplência com crédito inclusivo
Soluções baseadas em tecnologia oferecem alternativas ao sistema bancário tradicional e ampliam o acesso a serviços financeiros


O número de brasileiros com nome negativado chegou a 68,76 milhões em fevereiro de 2025.
O dado representa 41,5% da população adulta e mostra um avanço de 3,22% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
A informação é da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Esse cenário pressiona o consumo, impacta o comércio e dificulta o acesso da população a serviços financeiros formais.
Com isso, iniciativas voltadas ao crédito inclusivo ganham espaço como alternativas ao modelo tradicional.
Crédito inclusivo oferece saída para negativados
De acordo com Rafa Cavalcanti, CEO da fintech de impacto social CloQ, a construção de soluções acessíveis ajuda a reduzir a inadimplência.
Segundo ela, “é possível criar soluções que restauram a saúde financeira e ampliam o acesso à educação, saúde e empreendedorismo”.
A CloQ atua com nano-crédito, modelo que permite a reconstrução do histórico financeiro de forma segura e gradual.
Essas iniciativas são voltadas principalmente para as classes C e D, que têm maior dificuldade de obter crédito bancário.
Nesse contexto, a tecnologia é uma aliada para garantir segurança, eficiência e personalização.
Tecnologia avalia risco sem depender de histórico bancário
Com apoio de inteligência artificial e análise de dados, plataformas conseguem avaliar a capacidade de pagamento de forma mais justa.
Esse processo evita a exclusão automática de quem não possui conta em banco ou registro em instituições financeiras.
O resultado é a oferta de produtos como nano-créditos, contas digitais simplificadas e serviços integrados de organização financeira.
Essas ferramentas ampliam o acesso e permitem que consumidores reorganizem suas finanças.
Além disso, ao evitar o superendividamento, essas soluções contribuem para a recuperação do poder de compra e da autonomia financeira.
Acesso ao crédito impulsiona consumo e negócios locais
O impacto do crédito inclusivo vai além das finanças pessoais.
Quando mais pessoas têm acesso a serviços financeiros, há aumento no consumo e nos investimentos em setores diversos.
Isso beneficia principalmente pequenos negócios e trabalhadores informais, que conseguem se formalizar e crescer.
Com mais inclusão financeira, há um estímulo à geração de renda e à circulação de capital na economia.
A CEO da CloQ destaca que o crédito acessível fortalece o desenvolvimento social.
“Com inovação, responsabilidade e inclusão, o setor financeiro pode reduzir a inadimplência e fomentar um mercado mais equilibrado”, afirma.
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