Do Micro Ao Macro

Cinco passos para o crescimento sustentável do microempreendedor

Com 34 milhões de brasileiros atuando por conta própria, acesso ao microcrédito pode ajudar a transformar renda complementar em negócio consolidado

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De acordo com o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, o Brasil conta com cerca de 16 milhões de microempreendedores individuais (MEIs).

Se considerados também os empreendedores informais, o número sobe para aproximadamente 34 milhões de brasileiros — o equivalente a 17% da população.

Essa base expressiva revela o tamanho da força empreendedora no país. Mas também escancara a necessidade de estruturar e profissionalizar os pequenos negócios.

Para que essas iniciativas se tornem sustentáveis e gerem crescimento de forma consistente, é preciso seguir etapas estratégicas e utilizar ferramentas disponíveis com responsabilidade.

Microcrédito cresce e se torna aliado do pequeno negócio

Segundo o Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (Ceape Brasil), o microcrédito produtivo orientado tem ganhado adesão crescente entre empreendedores que buscam consolidar ou expandir suas atividades.

Em 2024, a instituição concedeu R$ 238,66 milhões em microcrédito — alta de 36% frente a 2023.

Apenas em novembro, foram liberados R$ 27,6 milhões.

Para o diretor do Ceape, Diego Cisneiros, o crédito é uma ferramenta importante.

No entanto, ele destaca que deve ser usada com planejamento. “Mais do que abrir uma empresa, é essencial entender o momento certo de buscar apoio financeiro e usar os recursos de forma inteligente”, afirma.

A seguir, ele lista cinco passos fundamentais para o crescimento sustentável de um pequeno negócio.

1. Valide sua ideia antes de investir

A primeira etapa é testar se o produto ou serviço realmente resolve um problema.

Converse com potenciais clientes, observe concorrentes e, se possível, faça um piloto.

Validar uma ideia não exige grandes recursos — exige escuta e observação.

2. Tenha um plano de negócios claro

Mesmo que simplificado, o plano de negócios precisa conter projeções básicas.

É importante saber quanto será investido, quais são os custos fixos e quando o empreendimento deve começar a gerar lucro.

Planejar desde o início ajuda a evitar surpresas e identificar se o modelo é viável financeiramente.

3. Separe as contas pessoais das do negócio

Um erro recorrente entre pequenos empreendedores é misturar finanças pessoais com empresariais.

Ter contas separadas facilita o controle.

Além disso, evita confusões no fluxo de caixa e transmite mais seriedade a fornecedores e clientes.

4. Comece pequeno, mas com foco em crescer

O ideal é testar a operação com recursos próprios ou custos reduzidos.

No entanto, isso não significa limitar a ambição.

Começar com estrutura enxuta permite entender o mercado, fazer ajustes e preparar o terreno para uma eventual expansão.

5. Use o microcrédito produtivo com propósito

O microcrédito produtivo orientado foi criado para ajudar empreendedores formais ou informais a crescer.

A liberação dos recursos costuma ser acompanhada de orientação técnica sobre como aplicar o dinheiro.

Segundo Cisneiros, o momento certo de buscar o microcrédito é quando o negócio já tem alguma geração de receita.

Além disso, o investimento deve ser usado para crescer — como a compra de uma máquina, reforço de estoque ou ações de marketing.

O crédito não deve ser usado para cobrir dívidas pessoais, pagar cartão de crédito ou tapar buracos causados por falta de gestão.

“É preciso estar financeiramente organizado, saber quanto entra, quanto sai e quanto pode ser comprometido com o pagamento do empréstimo”, alerta.

Ele lembra que muitos programas oferecem orientação gratuita ou subsidiada.

Esses programas incluem temas como controle de caixa, precificação e vendas.

“O crédito é só parte da equação. Crescer com segurança exige conhecimento e planejamento.”

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