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Cinco CEOs discutem as tendências da inteligência artificial no mercado brasileiro

Especialistas apontam caminhos para o uso estratégico, inclusivo e responsável da IA nas empresas, com foco em impacto e recorrência

Cinco CEOs discutem as tendências da inteligência artificial no mercado brasileiro
Cinco CEOs discutem as tendências da inteligência artificial no mercado brasileiro
Segurança digital se consolida como diferencial competitivo (Crédito: iStock)
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A inteligência artificial está ganhando espaço acelerado nas empresas brasileiras. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), cerca de 80% das companhias do país já utilizam alguma aplicação de IA no dia a dia. Entre aquelas que ainda não adotaram a tecnologia, 95% pretendem iniciar esse processo no próximo ano.

Essa rápida expansão exige mais do que ferramentas automatizadas. Para gerar valor, a adoção da IA precisa considerar segurança, estratégia, qualificação da equipe e respeito à diversidade. A seguir, cinco executivos que lideram esse processo em diferentes setores destacam os principais desafios e tendências no uso da IA nos negócios.

Inclusão se torna prioridade

Ronaldo Tenório, CEO e cofundador da Hand Talk, alerta que muitas ferramentas ainda desconsideram o público com deficiência. Na startup, a IA é aplicada para traduzir conteúdos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), exigindo cuidado técnico e validação contínua por especialistas e usuários surdos.

“Um dos principais desafios no uso da inteligência artificial está em garantir que ela seja realmente inclusiva. Acessibilidade não é um complemento — é uma parte essencial de qualquer solução tecnológica”, afirma Tenório.

Qualificação define o valor estratégico

Para Felipe Scherer, sócio-fundador da consultoria Innoscience, a tecnologia, por si só, não cria diferenciais competitivos. O impacto real depende da capacidade das equipes em compreender, aplicar e interpretar os recursos disponíveis.

“A IA está acessível a todos. O que diferencia as empresas é a preparação da força de trabalho. Sem letramento em IA, não há como extrair valor dos dados ou transformar operações”, afirma Scherer.

Segurança, governança e contexto

Marcelo Clara, CTO da Quod, observa que a IA não é uma novidade, mas sim uma tecnologia que ganhou escala por conta do avanço dos dados, do poder computacional e das interfaces acessíveis. Para ele, a responsabilidade no uso é um ponto-chave.

“Conteúdo não se gera de forma indiscriminada. No ambiente de negócios, é preciso considerar compliance, LGPD, cibersegurança, contexto estratégico e impacto para o cliente”, explica Clara.

Parcerias em setores regulados

Marcelo Becher, Product Marketing Lead da SoftExpert, destaca que a maturidade na aplicação da IA exige não apenas investimento em tecnologia, mas também parcerias com especialistas. Ele cita setores como saúde e finanças, que demandam soluções com governança e adequação a normas regulatórias.

“A IA pode prevenir riscos, acelerar processos críticos e garantir conformidade. Mas é necessário planejamento e conexão com fornecedores que compreendam os desafios operacionais de cada setor”, afirma Becher.

IA nativa acelera decisões

Para Antonio Duarte, CEO e cofundador da Nekt, a inteligência artificial se tornou parte da estrutura dos negócios. Segundo ele, soluções com IA nativa estão democratizando o acesso a dados organizados, viabilizando decisões mais rápidas e inteligentes.

“A tendência só deve se intensificar. O resultado vai além da eficiência — é uma vantagem competitiva real, com crescimento acessível e escalável”, afirma Duarte.

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