Do Micro Ao Macro

Carros de app superam trens da CPTM em número de viagens em São Paulo

Demanda por transporte por aplicativo cresceu 137% em seis anos, com maior adesão em regiões periféricas e entre famílias de baixa renda

Carros de app superam trens da CPTM em número de viagens em São Paulo
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O transporte por aplicativo se consolidou como uma das principais formas de mobilidade na região metropolitana de São Paulo. Segundo a pesquisa Origem e Destino (OD) do Metrô, entre 2017 e 2023, o número de viagens diárias por app cresceu 137%, chegando a 1,1 milhão.

Além disso, esse volume supera o registrado pelos trens da CPTM, que tiveram queda de 13% no mesmo período.

Crescimento maior entre famílias de baixa renda

A pesquisa revelou que o aumento no uso de aplicativos foi mais expressivo entre famílias com renda de até dois salários mínimos, com alta de 166%.

Para aquelas que ganham entre dois e quatro salários, o crescimento foi de 164%.

Esse dado indica que, para muitos, o transporte individual não é apenas uma opção, mas uma necessidade diante da precarização do transporte público.

Por outro lado, o uso de apps cresceu 700% em áreas periféricas como Cajamar, Caieiras e Franco da Rocha.

Essas regiões, muitas vezes negligenciadas pelo transporte coletivo, encontraram nos aplicativos uma solução eficiente para deslocamentos rápidos e personalizados.

Motoristas enfrentam jornadas exaustivas para atender demanda

Por trás desse crescimento, estão os motoristas de aplicativo, que desempenham um papel central na mobilidade urbana.

De acordo com levantamento da GigU, empresa focada em apoiar motoristas e entregadores de app, o faturamento médio desses profissionais em São Paulo é de R$ 8.571,43 mensais.

No entanto, após descontar custos operacionais, o lucro líquido cai para R$ 4.319,19. Para alcançar esses valores, muitos motoristas trabalham mais de 60 horas por semana.

No Rio de Janeiro, a realidade é ainda mais desafiadora, com lucros menores. Apesar das dificuldades, esses trabalhadores seguem atendendo à demanda crescente, garantindo deslocamentos seguros e eficientes para milhões de pessoas.

Luiz Gustavo Neves, cofundador e CEO da GigU, ressaltou que “os motoristas de aplicativo são peças-chave na dinâmica da mobilidade urbana, conectando regiões e adaptando-se às necessidades de uma população em constante transformação”.

Ele também destacou que, mesmo diante dos desafios financeiros, esses profissionais demonstram resiliência e compromisso, mantendo a cidade em movimento.

Impacto na mobilidade urbana

Os motoristas de aplicativo também contribuem para a redução de congestionamentos e oferecem alternativas flexíveis de transporte.

A pesquisa OD mostra que, mesmo com o aumento do tempo médio de deslocamento, os apps atendem a uma demanda crescente, especialmente em áreas onde o transporte público é insuficiente.

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