Do Micro Ao Macro
Brasileiros buscam soluções para melhorar a qualidade do sono
Pesquisa mostra aumento no uso de medicamentos e alternativas para enfrentar a dificuldade de dormir no Brasil


De acordo com a consultoria Timelens, entre 2019 e 2024, cerca de 52 milhões de buscas no Google foram feitas sobre o remédio Zolpidem, utilizado para dormir.
Esse volume de pesquisas colocou o Brasil à frente dos Estados Unidos em consultas relacionadas ao medicamento.
Esse dado aponta para um aumento expressivo no uso de soluções médicas no país para tratar distúrbios do sono.
Dificuldade de dormir cresce com ansiedade e exaustão
Nos últimos cinco anos, as redes sociais registraram 20,8 milhões de menções sobre cansaço e exaustão. Além disso, 11,6 milhões de pessoas relataram dificuldades para dormir.
Entre as causas mais citadas, a ansiedade apareceu em 26% dos relatos.
Esse problema foi seguido por mal-estar, que somou 22% das menções, e barulho e clima, que juntos representaram 13%.
Outros fatores como o uso de substâncias e drogas foram mencionados por 3% dos participantes. Já o medo foi citado em 2% dos relatos.
No Google, as buscas por “sintomas de ansiedade” cresceram 75% em relação às pesquisas por sintomas de depressão.
Esse aumento significativo foi observado, principalmente, no início da pandemia, destacando o impacto da ansiedade na qualidade do sono dos brasileiros.
Busca por alternativas ao uso de medicamentos
Embora o uso de medicamentos tenha crescido, a procura por alternativas também aumentou. Por exemplo, o interesse por colchões teve um aumento de 34,4% após a pandemia.
Além disso, ferramentas para melhorar o sono chamaram a atenção.
No YouTube, houve um crescimento impressionante nas pesquisas por “ruído branco para dormir”, que aumentaram 3.400%.
Esse aumento indica que tanto adultos quanto crianças estão buscando métodos para melhorar o descanso.
Outro ponto que merece destaque é o aumento na conscientização sobre “higiene do sono”, que se refere a hábitos que ajudam a melhorar o descanso.
No último ano, esse termo registrou 266 mil buscas no Brasil, sinalizando que mais pessoas estão preocupadas em adotar práticas saudáveis para dormir melhor.
Zolpidem domina as buscas por medicamentos
Além das alternativas, o Zolpidem se destacou nas pesquisas por medicamentos.
No último ano, o remédio foi alvo de 9,8 milhões de buscas, quase superando o Clonazepam, conhecido como Rivotril.
Nas redes sociais, o Zolpidem também ganhou visibilidade. No TikTok, o medicamento foi mencionado 53,6 milhões de vezes.
Curiosamente, 86% dessas menções foram feitas de maneira bem-humorada, utilizando memes e tendências.
Além do Zolpidem, a busca por alternativas naturais também aumentou.
Desde que a Anvisa aprovou o uso da melatonina em 2021, as pesquisas por esse produto chegaram a 17,5 milhões no Google.
Isso representa um aumento de seis vezes em comparação com os anos anteriores.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.