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Brasil tem um dos maiores índices de insatisfação profissional da América Latina, aponta estudo

Estudos apontam queda na felicidade profissional e efeitos sobre produtividade e rotatividade

Brasil tem um dos maiores índices de insatisfação profissional da América Latina, aponta estudo
Brasil tem um dos maiores índices de insatisfação profissional da América Latina, aponta estudo
Um mergulho na saúde mental dos colaboradores
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O Brasil está entre os países com maior índice de insatisfação profissional da América Latina.

Segundo pesquisa da consultoria Gallup, um em cada quatro brasileiros relata sentir tristeza ou raiva diariamente no ambiente de trabalho.

O levantamento ouviu 128 mil pessoas em mais de 160 países. O Brasil aparece na quarta posição regional quanto à frequência dessas emoções negativas.

Esse cenário evidencia um desgaste emocional generalizado no mercado de trabalho.

Além disso, a insatisfação dos trabalhadores impacta diretamente o desempenho das empresas. Há efeitos sobre engajamento, produtividade e rotatividade.

Outro estudo, da plataforma de recursos humanos BambooHR, mostra que a felicidade profissional caiu 5% em 2024.

Trata-se do nível mais baixo desde 2020, superando até os índices registrados no auge da pandemia.

Entre os principais fatores que explicam essa queda estão o esgotamento físico e mental (burnout), as demissões e os aumentos salariais abaixo das expectativas.

Também pesa o retorno obrigatório ao modelo de trabalho presencial, o que tem gerado desconforto em parte dos profissionais.

Diante desse cenário, Andre Purri, CEO da Alymente, afirma que as empresas precisam agir.

“Esse declínio persistente é alarmante e exige uma ação organizacional urgente”, afirma.

Segundo ele, sem ajustes, os prejuízos ao clima interno e à produtividade podem se intensificar.

Por outro lado, há evidências de que melhorar a satisfação dos funcionários pode gerar ganhos diretos.

Um estudo da Universidade de Oxford revela que trabalhadores mais felizes são, em média, 13% mais produtivos.

Eles também apresentam níveis mais altos de criatividade e menos casos de absenteísmo.

Além disso, a taxa de rotatividade é menor entre equipes com alto nível de satisfação, o que reduz custos com demissões e novos treinamentos.

Nesse contexto, adotar políticas flexíveis e priorizar o bem-estar no ambiente de trabalho pode ampliar a eficiência das equipes.

Criar um ambiente mais saudável passa a ser uma medida com retorno direto para os negócios.

Empresas que adotarem essa abordagem podem mitigar o cenário atual de insatisfação.

Ao mesmo tempo, têm maior chance de reter talentos e se destacar em um mercado competitivo.

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