Brasil impulsiona startups no Web Summit em Lisboa

No Web Summit Lisboa, a presença brasileira ganhou destaque com a inauguração do Pavilhão Brasil. Com o apoio do Sebrae e da Apex Brasil, 400 startups participam do evento em uma missão que segue até 15 de novembro. Essa iniciativa reforça a capacidade inovadora do Brasil e amplia o impacto social e a diversidade das startups nacionais.

A participação inclui startups da Amazônia, com 30 negócios da região. Segundo Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae, essa diversidade amplia o reconhecimento da inovação brasileira no exterior. “A força da inovação brasileira nos surpreende a cada dia”, afirmou Quick. Ele também mencionou o papel do Sebrae em promover o desenvolvimento sustentável em várias regiões do país. Além disso, ele apontou que o espaço brasileiro no evento reflete o incentivo governamental à internacionalização das startups.

Para fortalecer a inclusão, o Sebrae firmou parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), expandindo o apoio a empreendedores em comunidades de baixa renda. Com essa cooperação, o Sebrae também acompanha o crescimento do ecossistema de startups no Nordeste, onde a participação passou de 8% para 26% em três anos. Esse aumento reflete a resiliência e criatividade locais.

Floriano Pesaro, diretor de gestão corporativa da Apex, destacou o trabalho conjunto para abrir novos espaços para startups brasileiras no exterior. “Um dos nossos desafios é sair do eixo Rio-São Paulo”, afirmou Pesaro, referindo-se ao esforço para ampliar a participação de empreendedores do Norte e Nordeste do país.

Entre as startups presentes, a “Vou Contigo” é uma empresa que facilita a mobilidade de idosos. Fundada por Ivonete Guerino, mulher preta e periférica, essa iniciativa representa um novo perfil de empreendedor voltado para soluções sociais. Outras startups incluem a “Antibiose”, do Acre, que fabrica bioinsumos para a agricultura, e a “Softool”, de Rondonópolis, que oferece ferramentas de gestão digital para a produção de sementes.

Parcerias ampliam acesso ao mercado europeu

Henrique Miguel, secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, reforçou o papel de Portugal como ponto de entrada para a Europa. Ele destacou o apoio de instituições como Sebrae e Apex nessa expansão. “Temos perspectivas muito grandes em várias áreas”, disse Miguel, apontando o aumento de startups brasileiras com foco no mercado internacional.

Já Cleo Souza, da Escola de Negócios da Favela, trouxe uma perspectiva de inovação popular ao evento. Por meio de uma parceria com a Cufa, ela e outros 10 empreendedores de várias regiões do Brasil participaram do Web Summit. “Quando falamos de inovação, não podemos chamar o que está dentro do nosso país de gambiarra”, afirmou Souza, destacando que há startups também nas favelas.

Descentralização da inovação no Brasil

Com 3 mil pontos de atendimento em todo o Brasil, o Sebrae promove o desenvolvimento dos pequenos negócios em várias regiões, inclusive fora dos grandes centros urbanos. Fernanda Zambon, da Unidade de Inovação do Sebrae, apresentou dados sobre o impacto do apoio a startups, mostrando que a distribuição dessas iniciativas abrange o país todo: Sudeste (33%), Sul (29%), Nordeste (26%), Norte (7%) e Centro-Oeste (5%).

A analista do Sebrae destacou ainda a meta de alcançar todas as cidades brasileiras com programas de inovação. Segundo Zambon, o objetivo é chegar a 100% dos municípios. “Temos mais de 18 mil startups na nossa base”, concluiu, reforçando o compromisso com a expansão da inovação no Brasil.