Do Micro Ao Macro
Brasil é o 2º maior mercado de shows do mundo; veja o que faz um evento lotar
Com faturamento de R$ 300 bilhões anuais, setor de eventos cresce e mostra que planejamento e experiência são diferenciais para atrair público
O Brasil é hoje o segundo maior mercado de shows ao vivo do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, segundo dados da PwC/Live Entertainment. O setor de eventos movimenta mais de 300 bilhões de reais por ano, o equivalente a 4,3% do PIB nacional, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e o Sebrae.
Esses números mostram a relevância do setor, mas também expõem um desafio: entender por que alguns eventos se tornam fenômenos de público enquanto outros, com propostas semelhantes, não alcançam o mesmo resultado.
Planejamento é o ponto de partida
Para Lucas Miranda, CEO da Byma, plataforma de venda de ingressos, o sucesso depende de um conjunto de fatores.
“Um evento é a soma de planejamento, estrutura e estratégia. O público começa a viver a experiência muito antes da abertura dos portões. A forma como a divulgação é feita, o canal de venda escolhido e a clareza da comunicação impactam diretamente a decisão de compra”, afirma.
A percepção de confiança também tem peso. Plataformas com taxas acessíveis e atendimento transparente contribuem para fortalecer o vínculo entre público e marca.
A experiência além do ingresso
Segundo Miranda, eventos que criam uma jornada completa — do convite ao encerramento — têm mais chances de fidelizar o público. A sensação de cuidado e profissionalismo gera credibilidade e transforma a experiência em lembrança positiva.
O Churrasco On Fire, da dupla Fernando e Sorocaba, é um exemplo. Com 125 edições realizadas, o projeto combina open churrasco premium, show musical de três horas e uma estrutura moderna de entretenimento.
“Desde o início da nossa carreira, buscamos oferecer algo único. O Churrasco On Fire representa isso: unir gastronomia e música em uma experiência completa. É gratificante ver como o conceito se espalhou pelo país”, diz Sorocaba, cantor e empresário.
Organização e tecnologia definem o sucesso
A execução também influencia o desempenho. Para André Rossi, da Ross Produções, logística eficiente, credenciamento ágil e tecnologia adequada garantem a confiança do público.
“Quando a produção transmite segurança, o público se engaja e retorna nas próximas edições”, explica.
Miranda complementa que o sucesso de um evento nasce antes mesmo da venda de ingressos.
“Evento que lota é aquele bem planejado desde o início. Ele começa no entendimento de quem vai comprar, no alinhamento entre mensagem e valor, e na construção de uma experiência de venda tão marcante quanto o próprio evento”, diz o executivo.
Diferencial competitivo
Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual feiras, congressos e festivais disputam a atenção do público, o diferencial está na harmonia entre conteúdo, estrutura e execução.
O sucesso, segundo os especialistas, vai além do palco. Ele nasce da precisão nos detalhes, do entendimento das expectativas do público e da capacidade de transformar cada interação em experiência.
Lotar um evento, portanto, é consequência de tudo o que o público não vê, mas sente.
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