Do Micro Ao Macro

Brasil apresenta modelo de carbono rastreável com foco social

O Sebrae lançou na COP30 um modelo de carbono rastreável que integra geotecnologia, renda local e inclusão produtiva em comunidades da Amazônia.

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O carbono rastreável ganhou destaque na COP30 com o lançamento do Projeto Carbono Social, apresentado pelo Sebrae na Green Zone, em Belém. A iniciativa conecta práticas sustentáveis de pequenos produtores e comunidades amazônicas à geração de créditos negociáveis, criando uma rota que une conservação e renda direta.

Em seguida, o evento reuniu autoridades, fundos climáticos, organizações ambientais e compradores interessados em modelos que ampliem transparência e integrem impacto social às operações de mercado.

Carbono com foco social

O projeto foi desenvolvido por Sebrae, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), ReSeed e Social Carbon. Durante o anúncio, Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae, afirmou que o Brasil amplia sua participação na agenda climática ao propor um modelo que reconhece o papel de produtores e comunidades na preservação ambiental.

Segundo ele, a meta é ampliar a escala da iniciativa e consolidar práticas que fortaleçam o carbono com impacto social. A proposta recebeu atenção de investidores e instituições que buscam soluções com rastreabilidade.

Plataforma e rastreabilidade

O uso da plataforma WebGIS de inteligência territorial é um dos pilares do projeto. A tecnologia integra dados socioambientais e produtivos, permitindo visualizar áreas preservadas, monitorar atividades e conectar agricultores, projetos e compradores de créditos de carbono.

Além disso, Sebrae e Ecam anunciaram tratativas para ampliar o projeto com apoio de fundos internacionais e empresas interessadas em adquirir carbono social.

No lançamento, Fábio Rodrigues, diretor técnico da Ecam, afirmou que a combinação entre geotecnologia e conhecimento local garante que o carbono gerado seja rastreável e que a remuneração chegue aos responsáveis pela preservação.

Expansão do carbono social

Pedro Cavalcante, analista de Serviços Ambientais do Sebrae, destacou que o Carbono Social abre nova frente dentro da instituição ao unir empreendedorismo rural, conservação e mercado climático. Ele explicou que o projeto fortalece pequenos negócios e comunidades tradicionais, criando novas fontes de receita.

O piloto começou em julho, em Santarém (PA), com 150 agricultores familiares em 15 mil hectares. Desse total, 8,5 mil hectares incluem manejo sustentável, sistemas agroflorestais e florestas preservadas. O Sebrae oferece capacitação técnica, mapeamento produtivo e orientação para acesso direto à renda gerada pelos créditos.

Como o projeto opera

O modelo permite replicação em outros biomas, respeitando características locais. Parte da receita obtida com os créditos de carbono retorna às comunidades, que reinvestem os recursos em suas atividades.

Durante a COP30, o Sebrae iniciou diálogo com fundos climáticos, compradores corporativos e instituições multilaterais para ampliar a iniciativa. O objetivo é fortalecer cadeias produtivas e posicionar o Brasil no mercado de carbono rastreável.

Etapas do carbono social

O processo segue uma estrutura contínua ligada à medição, validação e remuneração:

  1. Propriedades são mapeadas e analisadas para identificar áreas preservadas.

  2. Técnicos realizam medições de carbono e biomassa com dados de campo e satélite.

  3. As informações passam por validação e rastreabilidade na plataforma digital da ReSeed.

  4. O carbono registrado é convertido em créditos certificados aptos ao mercado.

  5. A venda gera receita direta para agricultores e comunidades, fortalecendo o manejo sustentável.

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