Do Micro Ao Macro
Black Friday expõe como pagamentos influenciam a disputa por vendas
Estudos mostram que pagamentos adequados às preferências do consumidor reduzem abandono de carrinho, ampliam conversões e o desempenho na Black Friday
A Black Friday deve movimentar mais de R$ 13 bilhões neste ano, e os pagamentos aparecem como elemento decisivo para determinar quem converte vendas em um ambiente altamente competitivo. O evento, que começou com 50 lojas em 2010, hoje concentra a maior temporada do varejo, com consumidores cada vez mais dependentes do smartphone.
Atualmente, mais de 70% das compras são feitas pelo celular. Ainda assim, cerca de 80% das transações são abandonadas antes do pagamento. Esse comportamento evidencia que etapas adicionais no checkout afetam diretamente as conversões.
Pagamentos moldam escolhas
Um levantamento mostra que 87,5% dos consumidores consideram o método de pagamento como fator determinante na compra. Para esta edição, 65% devem optar pelo Pix como meio principal, superando opções como débito, crédito parcelado, boleto e carteiras digitais.
Segundo Bruno Amador, gerente de produtos para a América Latina da Juspay, a taxa de abandono no mobile é maior que no desktop. Ele destaca que esse comportamento está associado à dificuldade de navegar em telas pequenas e à presença de etapas extras nos fluxos de checkout.
Além disso, ele afirma que consumidores esperam conveniência em ações simples, como preenchimento automático de dados, armazenamento seguro de informações e possibilidade de pagar com o método que usam com mais frequência. Segundo ele, qualquer fricção reduz as chances de finalização da compra.
Fraudes e checagens
Durante o evento, as tentativas de fraude crescem e pressionam os sistemas de análise de risco. Especialistas avaliam que verificações rígidas podem afetar conversões e afastar compradores legítimos.
De acordo com Bruno Amador, soluções que analisam risco em tempo real reduzem esse problema. Ele explica que mecanismos de detecção inteligente, associados à tokenização, ajustam o nível de verificação conforme o comportamento de cada transação.
Assim, compras de perfis confiáveis passam por validações de baixa intensidade, enquanto operações suspeitas recebem checagens mais detalhadas. A proposta, segundo o executivo, é equilibrar segurança e fluidez.
Infraestrutura e estabilidade
Os horários de pico da Black Friday pressionam os sistemas de pagamento, e as falhas se tornam mais frequentes. Lentidão, indisponibilidade de gateways e interrupções momentâneas no tráfego bancário afetam diretamente o faturamento do varejo.
Especialistas recomendam testes prévios de alta carga, além da escolha de parceiros que ofereçam redundância e roteamento dinâmico. Essa estrutura redistribui transações automaticamente quando algum provedor apresenta instabilidade.
Por fim, o uso de pagamentos com roteamento alternativo permite que o cliente finalize a compra mesmo diante de falhas de gateways ou bancos, reduzindo risco operacional para as empresas e preservando conversões em períodos de tráfego intenso.
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