Do Micro Ao Macro
Black Friday deve elevar em 120% a demanda por embalagens sustentáveis no e-commerce
Startup prevê alta impulsionada por pequenas e médias marcas e destaca personalização, sustentabilidade e digitalização como principais tendências


A Black Friday 2025, marcada para 28 de novembro, deve movimentar intensamente o comércio eletrônico brasileiro. De acordo com levantamento do Kwai, 84% dos consumidores pretendem comprar durante a data e 42% afirmam que farão suas aquisições em lojas on-line.
Com a expectativa de aumento no volume de pedidos, o setor de embalagens também se prepara para acompanhar o ritmo das vendas digitais. Cada produto comercializado precisa ser entregue de forma segura, e a embalagem passou a ocupar papel estratégico na experiência de compra.
A Packster, referência nacional em soluções sustentáveis e personalizadas, prevê um crescimento expressivo neste período. “Planejar a data vai além de definir promoções e descontos. É preciso prever demanda, estruturar logística, realizar ações de marketing e incluir a embalagem como parte da estratégia”, afirma o CEO da empresa, Jack Strimber.
Segundo o executivo, a Packster projeta aumento de 120% nos pedidos em relação à Black Friday de 2024, impulsionado principalmente por pequenas e médias marcas que pretendem lançar edições especiais, kits promocionais e embalagens personalizadas.
A estratégia da empresa é baseada em um modelo de produção sob demanda, com entregas em até 15 dias e sem pedido mínimo, o que permite agilidade e flexibilidade na resposta às necessidades do mercado. Para Strimber, a embalagem deixou de ser apenas um meio de transporte e passou a ser ferramenta de marketing, influenciando diretamente a percepção de valor do consumidor.
Na visão do CEO, o cuidado com o design e com os materiais utilizados também reduz perdas logísticas e reforça a imagem das marcas durante períodos de alta demanda.
Entre as tendências que devem marcar a Black Friday deste ano, Strimber destaca três pilares: personalização, sustentabilidade e digitalização.
A personalização, segundo ele, já é uma demanda consolidada. “Cada vez mais marcas querem embalagens diferentes para campanhas sazonais ou direcionadas a públicos específicos, como influenciadores”, explica. A customização inclui desde o uso de materiais diferenciados até QR codes, mensagens e elementos visuais criativos que tornam a experiência de unboxing mais marcante.
Para a Associação Brasileira de Ciências Sensoriais e do Consumidor (ABCSC), experiências interativas contribuem para fortalecer o vínculo emocional entre marca e cliente, o que amplia a fidelização e o engajamento.
Outra tendência em destaque é a sustentabilidade. “Ela deixou de ser um diferencial e se tornou obrigação. O consumidor agora cobra isso das empresas”, diz Strimber. Ele cita dados que mostram que 97% dos consumidores consideram práticas sustentáveis determinantes em suas decisões de compra.
Um estudo da Trivium Packaging reforça essa percepção: 70% dos entrevistados se declaram ambientalmente conscientes e 68% afirmam ter escolhido, nos seis meses anteriores, produtos com embalagens sustentáveis.
“Hoje é possível conciliar personalização e sustentabilidade. Produzimos embalagens recicláveis e compostáveis, com diferentes acabamentos, impressão personalizada e apelo visual, sem abrir mão da durabilidade”, explica o CEO.
A terceira tendência, segundo ele, é a digitalização dos processos, que permite produzir com mais eficiência, menos desperdício e menor necessidade de estoque. “Para a indústria, isso representa uma mudança de mentalidade. Não se trata mais de produzir em escala, mas com inteligência, flexibilidade e sustentabilidade”, conclui Strimber.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.