Do Micro Ao Macro

Bancos em xeque: por que a confiança no setor financeiro precisa ser reconstruída

Pesquisa mostra que consumidores latino-americanos valorizam autenticidade, enquanto desconfiança cresce no Brasil

Bancos em xeque: por que a confiança no setor financeiro precisa ser reconstruída
Bancos em xeque: por que a confiança no setor financeiro precisa ser reconstruída
Rédea. Sob o comando de Galípolo, o Banco Central não deixa a especulação cambial correr solta como antes – Imagem: Alessandro Dantas/PT no Senado e iStockphoto
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Na América Latina, instituições financeiras enfrentam o desafio de manter e recuperar a confiança de seus públicos. Segundo dados da Latam Intersect, 77% dos consumidores da região preferem conteúdos autênticos aos patrocinados. O dado revela um cenário em que credibilidade não se conquista com publicidade, mas com presença constante e transparente.

No Brasil, a percepção de risco aumentou. Uma pesquisa do portal Mobile Time mostra que a desconfiança total nos bancos quanto ao uso de dados pessoais passou de 2% em 2022 para 10% em 2025.

Gestão da reputação

Para enfrentar esse cenário, empresas precisam tratar a comunicação como parte central de sua estratégia. De acordo com Claudia Daré, cofundadora da Latam Intersect PR, “toda empresa é também uma empresa de mídia”.

Ela afirma que a reputação pode ser destruída em minutos se não for bem administrada. A falta de clareza afeta diretamente a liderança e o vínculo com a sociedade. Nesse contexto, é necessário produzir conteúdo que reflita o posicionamento institucional com consistência, evitando mensagens vagas ou genéricas.

IA com direção humana

A tecnologia pode ajudar. Ferramentas de inteligência artificial permitem que instituições financeiras detectem sentimentos, antecipem crises e automatizem processos de comunicação. No entanto, segundo Daré, o uso da IA precisa estar conectado à estratégia e ao contexto humano.

A atuação de líderes com pensamento crítico e escuta ativa continua sendo o eixo de confiança. A chamada liderança intelectual conecta visão global a realidades locais. É essa conexão que dá sentido à comunicação e sustenta a imagem pública.

Plataformas digitais

Além disso, canais como o LinkedIn têm se consolidado como espaços estratégicos de construção de marca. A presença de executivos nessas redes não pode ser apenas protocolar. É preciso gerar diálogo com públicos diversos, de investidores a funcionários.

Para Daré, o líder que se comunica com propósito não se limita a informar, mas inspira confiança. Isso exige preparo, consciência de impacto e coerência entre discurso e prática.

Silêncio também comunica

Na era digital, a ausência de posicionamento também é interpretada. Jornalistas, clientes e fornecedores constroem percepções em tempo real. Diante disso, empresas do setor financeiro precisam assumir o protagonismo da conversa.

Falar com clareza, acompanhar os sinais do mercado e manter o público informado são movimentos estratégicos para preservar reputação e atrair confiança em um ambiente cada vez mais sensível à comunicação.

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