Do Micro Ao Macro
As 12 habilidades que definem a nova geração de líderes
Mapeamento mostra as competências que impulsionam gestores em diferentes níveis e conectam técnica, pessoas e cultura organizacional
 
         
        A liderança contemporânea exige mais do que domínio técnico. Em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico, os gestores precisam equilibrar desempenho, empatia e visão estratégica. O modelo de desenvolvimento Skill-Based, criado pela consultoria Afferolab, identifica 12 habilidades que sustentam essa nova geração de líderes e orientam os programas de desenvolvimento dentro das empresas.
Segundo Alessandra Lotufo, sócia e Managing Director da consultoria, o principal desafio é saber quando e como aplicar as competências certas.
“Liderar é agir com discernimento: entender o contexto, escolher a habilidade adequada e colocá-la em prática com intenção”, afirma.
O modelo das quatro arenas
O método organiza as habilidades em quatro dimensões chamadas Arenas Racional, Relacional, Transversal e Disruptiva. Cada uma reúne potências humanas, como Comunicação, Estratégia, Responsabilidade e Adaptabilidade, que se desdobram em competências aplicáveis aos três níveis de liderança: tático, gerencial e estratégico.
Em cada nível, quatro habilidades se destacam, compondo o mapeamento das 12 competências essenciais.
Nível tático: coerência e entrega prática
Voltado aos líderes que atuam próximos das equipes e garantem clareza no dia a dia, o nível tático combina execução e relacionamento. As habilidades centrais são:
- Escuta ativa e comunicação clara;
- Resolução de conflitos;
- Feedback com foco em performance;
- Gestão de prioridades e de tempo.
Essas competências buscam assegurar consistência entre o discurso e a prática, mantendo as equipes alinhadas e produtivas.
Nível gerencial: confiança e autonomia
No estágio gerencial, a liderança envolve coordenar times, promover autonomia e estimular o desenvolvimento de pessoas. As principais habilidades identificadas são:
- Influência lateral e transversal;
- Desenvolvimento de pessoas no dia a dia;
- Gestão por indicadores;
- Tomada de decisão com autonomia.
Essas competências fortalecem a cultura de confiança e permitem que o líder amplie o alcance da sua gestão sem perder a proximidade com as equipes.
Nível estratégico: visão e cultura organizacional
A liderança estratégica demanda capacidade de lidar com contextos complexos, orientar decisões e conduzir transformações culturais. O modelo da Afferolab destaca quatro habilidades para esse patamar:
- Criação de alinhamento organizacional;
- Gestão da cultura e da mudança;
- Tomada de decisão em ambientes ambíguos;
- Avaliação de cenários complexos.
“Essas competências vão além do aspecto técnico. São expressões de potências humanas que, ao se tornarem comportamentos observáveis e treináveis, conectam o desenvolvimento individual aos desafios reais da empresa”, explica Lotufo.
Maturidade
Compreender quais habilidades são necessárias é apenas o início do processo. De acordo com Lotufo, uma estratégia de liderança baseada em habilidades depende de quatro pilares: cultura de valorização das competências, processos de desenvolvimento estruturados, uso de dados e tecnologia para apoiar decisões e aprendizado contínuo aplicado ao trabalho real.
“Não basta listar as competências ideais. É preciso ter dados para identificar lacunas e construir jornadas de desenvolvimento que façam sentido tanto para o negócio quanto para o indivíduo”, destaca.
A visão da consultora representa uma mudança na mentalidade de gestão. “Organizações que adotam esse modelo tendem a formar líderes mais preparados, capazes de unir desempenho e propósito e conduzir pessoas e empresas com consistência em meio à transformação constante do mercado”.
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