Do Micro Ao Macro
Apostas e dívidas: o impacto nas finanças e produtividade no Brasil
Cresce a preocupação com o aumento das apostas e do endividamento do brasileiro



O crescimento das plataformas de apostas tem afetado diretamente a produtividade de muitos trabalhadores no Brasil.
Além do entretenimento, essas atividades têm levado ao endividamento de várias famílias.
Isso gera consequências sérias tanto para a economia doméstica quanto para o ambiente de trabalho.
Marcos Tonin, especialista em gestão de carreiras, afirma que o impacto financeiro dos jogos prejudica o desempenho dos profissionais ao aumentar estresse e ansiedade. Ele ressalta a necessidade de controle financeiro para evitar problemas mais graves.
Uso de benefícios sociais nas apostas agrava vulnerabilidade
Relatórios recentes indicam que algumas famílias chegaram a usar recursos do Bolsa Família para apostas, o que piora sua situação financeira. Além disso, pesquisas apontam que, em 2023, os brasileiros gastaram cerca de R$ 12 bilhões em jogos.
Essa realidade tem gerado efeitos negativos em diversos setores. Segundo Tonin, essa prática compromete diretamente a produtividade e o desenvolvimento econômico do país.
Crescimento das apostas durante a pandemia
A Pesquisa de Apostas e Comportamento do Consumidor da FGV revelou que cerca de 20% dos brasileiros já participaram de algum tipo de jogo de azar. As apostas esportivas se destacam como as mais populares.
Durante a pandemia, essa tendência acelerou, pois muitas pessoas buscaram novas formas de entretenimento e tentativas de aumentar a renda.
Vício em apostas afeta a produtividade
Marcos defende que a profissionalização e a criação de empregos são formas de combater o vício em apostas. Ele explica que a obsessão por apostas pode prejudicar a vida profissional.
Esse comportamento afeta tanto o desempenho quanto o bem-estar do trabalhador. Incentivar o desenvolvimento profissional é uma saída para esse ciclo prejudicial.
Endividamento e queda de produtividade
Estudos mostram que o endividamento tem efeitos diretos na produtividade dos trabalhadores. Uma pesquisa do IPEA revelou que trabalhadores com dívidas podem ter uma queda de até 30% no rendimento.
Isso ocorre devido ao estresse e à ansiedade gerados pela preocupação constante com as finanças pessoais.
Consequências do estresse financeiro
Um relatório da OIT aponta que trabalhadores com problemas financeiros tendem a faltar mais ao trabalho. Além disso, eles apresentam maior rotatividade e risco de acidentes.
O estresse financeiro também pode levar a problemas de saúde mental. Isso impacta ainda mais a concentração e o desempenho no ambiente de trabalho.
A ilusão do ganho fácil e seus perigos
Marcos Tonin alerta sobre o risco da gratificação imediata, que ilude o apostador, levando-o a acreditar em ganhos fáceis. Estudos da UNIFESP mostram que cerca de 15% dos apostadores desenvolvem algum grau de vício.
Esse vício gera dívidas e frustrações, o que impacta diretamente o desempenho no trabalho, prejudicando o foco dos profissionais.
Educação financeira como parte da solução
O especialista sugere que empresas invistam em educação financeira para seus funcionários. Isso porque a falta de controle nas finanças prejudica tanto a motivação quanto a concentração no trabalho.
Portanto, criar programas de conscientização sobre os efeitos das apostas e do endividamento é um passo importante para melhorar o ambiente corporativo.
Hábitos saudáveis para melhorar a eficiência no trabalho
Marcos recomenda que os profissionais adotem hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos, investir em hobbies e buscar apoio psicológico. Essas medidas ajudam a melhorar tanto a saúde mental quanto a produtividade.
Além disso, elas auxiliam no controle financeiro, contribuindo para uma rotina mais equilibrada.
O ciclo vicioso entre dívidas e baixa produtividade
O acúmulo de dívidas e a queda na produtividade formam um ciclo em que todos saem prejudicados. Isso inclui o profissional, sua família, as empresas e a economia.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.