Do Micro Ao Macro
Ansiedade cresce nas viagens de fim de ano e muda o preparo do passageiro
Ansiedade atinge 65% dos brasileiros em aeroportos e leva 90% dos passageiros a buscar preparo físico e psicológico diante de voos mais longos e terminais cheios.
A ansiedade se tornou um fator recorrente nas viagens de fim de ano no Brasil. Com a alta do fluxo aéreo, dados do setor indicam aumento de episódios de pânico, tontura e mal-estar em aeroportos e aeronaves, em um período marcado por voos cheios, filas extensas e maior pressão operacional.
No último bimestre de 2025, a demanda por voos domésticos deve crescer mais de 12%. Ao mesmo tempo, as companhias aéreas projetam taxa de ocupação acima de 85%, cenário que amplia o tempo de espera, dificulta embarques e eleva o nível de estresse dos passageiros. Desde novembro, atendimentos ligados à ansiedade e tontura avançaram cerca de 18%, enquanto a superlotação aumentou em até 40% a sensação de insegurança física e emocional.
Ansiedade associada ao novo perfil do viajante
Além do volume maior de passageiros, o comportamento de quem viaja também mudou. Famílias que retomaram deslocamentos após longos períodos, idosos, gestantes e pessoas com condições pré-existentes passaram a representar parcela maior da demanda por suporte em terminais.
Nesse contexto, a ansiedade é potencializada por alterações de rotina, sono irregular e jornadas prolongadas até o destino. Levantamentos indicam que mais de 65% dos brasileiros relatam desconforto emocional ao circular por aeroportos, sobretudo em períodos de pico.
Preparo preventivo ganha espaço
Diante desse cenário, médicos passaram a reforçar a importância do preparo antes das viagens. Medidas como hidratação adequada, alimentação leve, checagem de medicamentos e avaliação clínica prévia ganharam relevância entre passageiros.
Victor Reis, presidente da Med+, afirma que o acúmulo de estímulos contribui para o aumento das crises. Segundo ele, a ansiedade surge da soma entre pressão do tempo, expectativas da viagem e receio de imprevistos, o que torna a prevenção um fator direto de redução de ocorrências.
Atendimentos aeroportuários em expansão
Com a intensificação do fluxo, empresas de saúde que atuam em aeroportos ampliaram equipes e ajustaram protocolos. A triagem passou a focar sintomas frequentes nesta época, como taquicardia, falta de ar, picos de pressão arterial e episódios de lipotímia ligados ao estresse.
A Med+, presente em mais de 40 aeroportos, registrou crescimento na procura por avaliações rápidas e orientações preventivas. O movimento reflete uma tentativa de conter a ansiedade antes que quadros leves evoluam para situações mais complexas.
Temporada mais intensa no horizonte
As projeções indicam que a temporada 2025-2026 será uma das mais movimentadas da década, com aumento de voos internacionais e maior concentração de embarques noturnos, fatores que elevam cansaço e desorientação.
Segundo Victor Reis, cuidados básicos seguem sendo determinantes para reduzir a ansiedade durante o deslocamento. Sono regular, alimentação adequada, hidratação e avaliação clínica prévia aparecem como medidas que diminuem riscos e tornam a experiência de viagem mais estável em um ambiente de alta pressão.
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