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Alta performance: o que empresas podem aprender com atletas olímpicos?

O que realmente constrói a alta performance? Insights valiosos a partir do cérebro de atletas olímpicos

Alta performance: o que empresas podem aprender com atletas olímpicos?
Alta performance: o que empresas podem aprender com atletas olímpicos?
Alta performance: o que as empresas podem aprender a partir de insights do cérebro de atletas olímpicos
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A busca pelo profissional de alta performance é complexa. Muitas vezes, práticas prejudiciais são confundidas com eficiência. Longas horas de trabalho e sobrecarga de tarefas, sem tempo para feedback ou descanso, não formam times de alta performance.

Com a aproximação das Olimpíadas, o programa Fantástico, da TV Globo, lançou uma série de reportagens sobre o cérebro dos atletas. O primeiro episódio, exibido em 30 de junho, analisou como os atletas acompanham jogadas rápidas, antecipam ações dos adversários e reagem de acordo. Esses experimentos mostraram o desenvolvimento cerebral que contribui para a alta performance.

Alto rendimento além dos atletas

A alta performance não é exclusiva dos atletas. Todos podem alcançá-la, mas é preciso entender seus requisitos. Um profissional de alta performance é produtivo e supera expectativas, como descrito em artigos da Alura e Zendesk. Essas fontes destacam habilidades como comprometimento, produtividade, comunicação, capacidade analítica e tomada de decisão. Alta performance envolve realizar tarefas de forma mais eficiente, não trabalhar excessivamente.

A busca por esses profissionais tem se tornado relevante devido aos desafios do mundo atual. Em um ambiente rápido e volátil, esses profissionais se destacam pela capacidade de reagir rapidamente.

Processos cerebrais essenciais para a alta performance

A reportagem do Fantástico destaca três processos cerebrais fundamentais para a alta performance:

Treinamento e experiência: A repetição é parte crucial do cotidiano dos atletas. O treinamento extenso consolida a memória implícita, favorecendo respostas rápidas e automáticas. Por exemplo, o atleta Ygor Coelho, do badminton, tem olhos treinados para acompanhar a bola, reagindo a estímulos rápidos.

Reconhecimento de padrões: Estudar o esporte e os adversários cria um repertório de possíveis desafios e desfechos. O cérebro, uma máquina de previsões, usa esse conhecimento para ajustar o comportamento. A jogadora de vôlei Rosamaria, por exemplo, antecipa movimentos com pouca informação, ajustando-se rapidamente.

Empatia: A empatia é a capacidade de entender o outro, compartilhando emoções e perspectivas. Os atletas praticam empatia constantemente, antecipando ações dos adversários. A tenista Luisa Stefani considera o contexto para imaginar e se preparar para a jogada adversária.

Aplicação no ambiente corporativo

Esses insights dos atletas podem ser aplicados no desenvolvimento de profissionais. É necessário tempo para treinar, repetir eventos e estudar padrões. A empatia deve ser treinada para melhorar a leitura do contexto e a preparação para respostas adequadas.

“Confesso que a busca pelo profissional de alta performance às vezes me cansa”, afirma Joana Coelho, neurocientista e consultora da Nêmesis. “Não porque não acredito na capacidade de termos times que atendam a esses parâmetros, mas porque, muitas vezes, isso se confunde com práticas prejudiciais a esse objetivo. Confunde-se com profissionais que trabalham muitas horas ou que estão sobrecarregados de tarefas; nem sempre há tempo para feedback, quem dirá para o desenvolvimento, além de pouco tempo para descanso e relaxamento. Nada disso é compatível com formar times de alta performance.”

“Esses mesmos processos são fundamentais para potencializar a alta performance dos profissionais nas organizações”, destaca Joana. “A repetição e exposição a essas vivências são essenciais para a consolidação da memória implícita relacionada às situações e movimentos, favorecendo a resposta rápida e automática necessária naquele segundo que pode fazer toda a diferença no resultado.”

“A verdade é que daria para ficar horas falando desses atletas e dos exemplos que podemos aplicar aos desafios do cotidiano”, conclui Joana. “Ao elucidar esses ‘segredos’, podemos reavaliar como formamos nossos profissionais e identificar se estamos apoiando o desenvolvimento que permitirá chegar à alta performance.”

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