Do Micro Ao Macro

Alta dos custos médicos deve ser de 13% para as empresas brasileiras em 2025

Aon projeta redução na variação, mas Brasil segue acima da média da América Latina e do cenário global

Alta dos custos médicos deve ser de 13% para as empresas brasileiras em 2025
Alta dos custos médicos deve ser de 13% para as empresas brasileiras em 2025
Aon projeta redução na variação, mas Brasil segue acima da média da América Latina e do cenário global
Apoie Siga-nos no

Segundo o relatório da Aon sobre Tendências Globais dos Custos Médicos para 2025, os custos médicos corporativos no Brasil devem crescer 12,9%.

Essa projeção representa uma redução de 1,2% em relação ao levantamento anterior. Ainda assim, o Brasil permanece acima da média da América Latina, projetada em 11,7% para 2024 e 10,7% para 2025.

Além disso, Leonardo Coelho, vice-presidente de Health & Talent Solutions da Aon, destaca que, mesmo com a estabilização no uso de serviços médicos após a pandemia, fatores como tratamentos e medicamentos de alto custo continuarão a influenciar os custos.

Fatores que impactam os custos médicos no Brasil

O cálculo da Aon considera dados como frequência de utilização dos planos e custos de serviços, incluindo consultas, exames, internações e terapias.

Além disso, o impacto de novas tecnologias e medicamentos incorporados ao rol da ANS, como quimioterápicos e imunossupressores, também foi avaliado.

Outro ponto relevante é o aumento na frequência de terapias simples. Esse crescimento foi impulsionado pelas normas da ANS, que eliminaram limites de sessões.

Por outro lado, houve uma queda nos eventos mais complexos, com um aumento na demanda por procedimentos eletivos.

Condições médicas que elevam os custos

Entre as condições que mais contribuem para os custos dos planos estão doenças autoimunes, cardiovasculares, câncer e saúde mental.

Desde a pandemia, a procura por tratamentos psicológicos aumentou de forma significativa. Esse aumento reflete a importância crescente da saúde mental nos custos gerais.

Além disso, a análise da carteira da Aon para 2024 aponta um crescimento de 23,63% na frequência de terapias simples.

Esse crescimento é resultado da cobertura ilimitada e da maior busca por terapias como a ABA, indicada para pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A realização de terapias fora da rede credenciada, com uso de reembolso, também elevou o custo médio desses serviços em 11%.

Estratégias para mitigar custos e promover bem-estar

Leonardo Coelho ressalta a importância de estratégias baseadas em dados para gerenciar benefícios de saúde e reduzir custos.

Ele sugere ações que incentivem cuidados preventivos e promovam qualidade de vida entre os funcionários.

Além disso, iniciativas voltadas ao bem-estar podem aliviar os custos com saúde e reduzir o estresse nas equipes, de acordo com Coelho.

Projeções globais para 2025

A média global de aumento dos custos médicos em 2025 é estimada em 10%. Isso representa uma leve redução em relação aos 10,1% projetados para 2024.

Enquanto algumas regiões, como Ásia-Pacífico e América do Norte, devem registrar aumento, América Latina e Europa esperam uma redução.

Segundo Max Saraví, head de Human Capital para a América Latina na Aon, fatores como a inflação global em queda e estratégias empresariais ajudam a mitigar os custos médicos na região.

Flexibilização dos benefícios

Globalmente, 60% das empresas avaliam flexibilizar seus pacotes de benefícios. Essa abordagem busca controlar gastos e oferecer opções diferenciadas aos funcionários.

Além disso, Saraví destaca que essa estratégia reflete ajustes regionais e esforços empresariais para enfrentar os desafios econômicos.

O relatório da Aon reúne informações de 112 países, baseadas em interações com clientes e especialistas da empresa. Ele oferece uma visão abrangente sobre tendências locais, regionais e globais.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo