Do Micro Ao Macro
Além da Lei: Estratégias para apoiar a jornada materna nas empresas
Apoiar mães no ambiente de trabalho vai além de legislações; é um compromisso corporativo
Apoiar mães no ambiente de trabalho vai além das legislações; é um compromisso corporativo. Carine Roos, mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE, fundadora e CEO da Newa, consultoria de impacto social, discute como as empresas podem facilitar a jornada materna.
No Congresso Nacional, cerca de 120 propostas legislativas voltadas ao apoio às mães estão em tramitação, segundo o Grupo de Tarefa Política de Cuidado na Câmara. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas revela que, se remunerado, o trabalho doméstico e familiar representaria 13% do PIB do país. Entre as propostas, estão a ampliação da licença maternidade e paternidade.
No entanto, além das legislações, as empresas podem adotar várias ações para apoiar as mulheres durante a maternidade. Criar um ambiente que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é essencial. “As empresas podem estender e equiparar o tempo de licença parental, beneficiando o ambiente corporativo ao reduzir o absenteísmo e contribuindo para o desenvolvimento saudável das crianças e da sociedade”, afirma Carine Roos.
Medidas como horários flexíveis, home office e trabalho em meio período são fundamentais para uma transição suave de volta ao trabalho. Essas práticas permitem que as mães cuidem de seus bebês e se adaptem à nova dinâmica familiar.
“Programas de mentoria ajudam as mães a desenvolverem habilidades profissionais e a enfrentarem os desafios do puerpério e da carreira”, destaca Carine. “Além disso, o investimento em creches ou subsídios para supervisão infantil pode melhorar a qualidade e rendimento no trabalho, reduzindo o estresse financeiro e permitindo maior foco e produtividade”, complementa.
Empresas que reconhecem e apoiam as mães fortalecem sua cultura organizacional e demonstram compromisso com igualdade, equidade, diversidade e inclusão. “Cuidar é uma responsabilidade de todos. Adotar políticas que capacitem e ajudem as mulheres a prosperarem em casa e nos negócios não só beneficia as mães, mas também impulsiona o sucesso e a sustentabilidade das empresas e da sociedade a longo prazo”, finaliza Carine Roos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.